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Organizações indígenas venezuelanas denunciam novo genocídio de Yanomami por garimpeiros brasileiros

O relato está baseado no depoimento de três sobreviventes, que estavam na floresta no momento do ataque dos garimpeiros contra a casa coletiva da comunidade Irotatheri, na fronteira do Brasil com a Venezuela. O número de mortos ainda é incerto. Depois de 20 anos do massacre realizado por garimpeiros brasileiros contra os Yanomami, no caso conhecido como Massacre de Haximú, três sobreviventes relatam nova barbárie ocorrida em julho deste ano em território venezuelano.A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiam), que congrega 13 organizações indígenas da Amazônia Venezuelana, divulgou na segunda-feira (28), documento baseado no relato de sobreviventes Yanomami, da comunidade Irotatheri, localizada nas cabeceiras do Rio Ocamo, na fronteira do Brasil com a Venezuela. O relato dá conta de que garimpeiros cercaram a casa coletiva e dispararam contra eles, posteriormente ateando fogo à casa. Os sobreviventes estavam na floresta no momento do ataque. O número de mortos ainda é incerto. O documento faz referências às frequentes denúncias dos Yanomami, que têm sido feitas desde 2009 aos diversos órgãos do Estado Venezuelano, sobre a crescente invasão garimpeira e o consequente aumento da violência entre os garimpeiros e os índios. Violência física, ameaças e a contaminação da água por uso de mercúrio causando a morte de vários Yanomami são alguns dos exemplos citados. No Brasil, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e o ISA vem alertando para o aumento do garimpo ilegal no território Yanomami , impulsionado pela alta do preço do ouro no mercado internacional. Soma-se a isso ainda a insuficiência das ações governamentais para coibir o garimpo, gerando um recrudescimento da violência entre garimpeiros e os Yanomami, que podeira resultar em um novo massacre de Haximu (saiba mais). As operações de repressão ao garimpo em Terra Indígena Yanomami aumentaram no Brasil nos últimos dois anos. Em julho último, a Operação Xawara teve como foco a prisão de empresários do garimpo e de não garimpeiros, com resultados mais positivos em relação às ações de combate ocorridas até então. No entanto, estas medidas não foram suficientes para impedir a escalada da violência entre o povo Yanomami e os garimpeiros. Para tanto, é necessário continuar combatendo os empresários do garimpo em uma ação de cooperação binacional, que considere a participação dos Yanomami. O documento da Coiam solicita ao governo da Venezuela que realize uma investigação urgente, além de adotar medidas bilaterais com o Brasil para controlar e vigiar a entrada de garimpeiros no município de Alto Ocamo, local do massacre. As organizações signatárias do documento lembram ainda que a omissão de investigar e tomar medidas eficazes, como no caso de Haximu em 1993, poderia compromenter a responsabilidade internacional do Estado Venezuelano, por permitir que agentes externos agridam os venezuelanos, no caso os Yanomami, em seu próprio território. Veja na íntegra o documento da Coiam. Fonte: ISA  

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