Cultura livre faz seu segundo festival

Autor original: Mariana Hansen

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

Divulgação | 1º Relatório Criei, tive como!

Junto com a oitava edição do Fórum Internacional de Software Livre (FISL), acontece em Porto Alegre (RS), de 12 a 14 de abril, o segundo Festival Multimídia de Cultura Livre do Brasil - Criei, Tive Como!. O evento se propõe a consolidar um espaço de difusão e exibição da produção audiovisual livre das restrições do direito autoral tradicional e reúne programas e personalidades ligadas à chamada cultura livre.

De acordo com o curador do evento, Ronaldo Lemos, o Criei, Tive Como! é fruto de um convite feito pela organização da FISL em 2005 ao projeto Tangolomango e ao Creative Commons Brasil (do qual Lemos é também coordenador) para que planejassem um festival cultural. Já na primeira edição, no ano passado, mais de 5 mil pessoas de 23 países e dez estados brasileiros participaram de cerca de 260 atividades, entre palestras, debates e apresentações. E mesmo quem não compareceu pôde acompanhar tudo à distância pela TV Software Livre, via internet. Estima-se que outras 13 mil pessoas acompanharam a programação dessa forma.

“A repercussão foi muito boa. Até hoje é possível ouvir histórias sobre a apresentação do Coletivo Media Sana, de Recife, que tocou no Teatro do SESI”, lembra Lemos. Ele conta que organizadores e fundadores do FISL ficaram emocionados ao ver a apresentação, que sintetizou a questão da liberdade cultural e do conhecimento.

Segundo Ronaldo Lemos, o software livre tem crescido e está influenciando outras esferas sociais. “Ele exerce, hoje, uma profunda influência na economia, na política e, como o festival demonstra, também na cultura”. Lemos também destaca a importância do evento por chamar a atenção para o fato de o software e a cultura livres serem peças do mesmo quebra-cabeça. “A tecnologia só funcionará efetivamente como ferramenta de autonomia social quando forem alcançadas pelo menos quatro liberdades: software livre, cultura livre, espectro livre e hardware livre”, prevê.

Com a idéia de fomentar o colaborativismo, a generosidade intelectual, o ativismo, a troca, a criação livre e a produção compartilhada, o evento é totalmente multimídia e abrange cinema, vídeo, artes digitais e música. Ronaldo Lemos menciona ainda a produção cultural autônoma e a transformação das relações com as novas mídias a partir do uso da tecnologia digital.

Chamada de trabalhos

O festival ainda está aceitando inscrições de trabalhos para cada categoria. O prazo termina no dia 23 de março. Podem ser enviados vídeos e filmes de curta, média ou longa metragem, nos gêneros de ficção, documentário, musical, animação e experimental; vinhetas de até um minuto de duração e programas de TV completos com duração entre 26 e 50 minutos. O material deve ser entregue em mídia digital (DVD ou CD-ROM) e necessariamente livres para distribuição e reprodução sem fins lucrativos. As propostas devem ser encaminhadas por correio, acompanhadas da ficha de inscrição (disponível em http://www.vjpixel.net/tvctc.rtf) preenchida e assinada. A inscrição será confirmada por correio eletrônico.

O endereço para envio é o seguinte: TV Criei, Tive Como!, Cine Falcatrua, caixa postal 010006, Vitória (ES), CEP 29001-970. O resultado da seleção será divulgado a partir do dia 24 de março, também por correio eletrônico.

Mais informações nos sites do Tangolomango –(www.tangolomago.org.br), do Creative Commons Brasil (www.creativecommons.org.br) e do FISL (http://fisl.softwarelivre.org/8.0).

Mariana Hansen