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Impacto ambulante

Autor original: Mariana Hansen

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

Criado no final de 2006, o Projeto Ambientes Verdes e Saudáveis (Pavs) oferece formação na temática ambiental a 5.700 agentes comunitários ligados ao Programa Saúde Família (PSF) e ao Programa Ação Social. A iniciativa é da secretarias municipais do Verde e do Meio Ambiente, de Saúde e de Assistência e Desenvolvimento Social, com apoio do Ministério da Saúde e do Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (Pnuma). Participam ainda instituições internacionais, organizações não-governamentais e universidades. O trabalho envolve todas as regiões da capital paulista, unindo promoção da saúde e defesa do meio ambiente.


O secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, reconhece o Pavs como um diálogo entre a pauta ambiental e a experiência dos agentes. "Não é uma aula em si, mas uma troca entre educadores ambientais e os agentes, que poderão incorporar os temas debatidos no seu dia-a-dia”, explica.

Os temas que serão abordados nos 16 encontros, realizados uma vez por semana, são considerados estratégicos para a saúde da população. Na lista estão lixo, água e energia, biodiversidade e territórios saudáveis, convivência saudável e zoonoses, consumo responsável e cultural de paz e não-violência.

Os agentes são formados para que reconheçam e compreendam melhor quais os desafios de suas comunidades. Assim serão capazes de mobilizar a população e implementar ações locais de preservação, proteção e promoção do meio ambiente, bem-estar e saúde das famílias. O secretário do Verde explica que não vai existir um padrão de ação. "Os agentes vão usar esse conhecimento de acordo com sua realidade”.

Eduardo Jorge destaca ainda a relação “altamente comum” entre meio ambiente e saúde. “Perde-se dois anos de vida com a poluição de São Paulo. A mortalidade infantil está diretamente ligada ao fornecimento de água e ao saneamento básico. O consumo responsável também está ligado a problemas de obesidade, entre outros exemplos”. Segundo o secretário, são temas em que não se pode separar o limite de um e outro. “As pessoas estão acostumadas com ações básicas de saúde. A promoção da saúde e a defesa do meio ambiente devem vir em primeiro lugar, mas muitas vezes estão no fim da fila. E esse é um dos diferenciais do projeto: colocar esses itens como prioridade”, esclarece.

São aproximadamente R$ 5 milhões investidos em prevenção de saúde aliada à redução de problemas sócio-ambientais que atingem diretamente a população. Embora o projeto tenha data para acabar, no mês de julho, o secretário mantém a expectativa de que cada grupo de agentes possa criar pequenos projetos para aplicar na prática em suas regiões. E anuncia: "A secretaria vai tentar conseguir recursos para que as iniciativas prossigam". Mais importante até do que a verba, diz ele, é a vontade dos agentes em tocar em frente esses projetos. “Não quero tarefas novas", afirma, "mas troca de conhecimentos, programas desenvolvidos a partir das idéias e dos desejos deles [agentes]. O impacto do projeto é uma consciência mais elaborada que o agente comunitário vai levar para a sua realidade. Ele é o impacto ambulante”, conclui Eduardo Jorge.

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo correio eletrônico ambientesverdessaudaveis@yahoo.com.br ou pelo telefone (11) 5081-6154.


Mariana Hansen

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