Autor original: Viviane Gomes
Seção original:
![]() Aluno durante aula de etnomatemática na escola Tuyuka, Alto Tiquié (AM - 2001) Por: Beto Ricardo / ISA |
"Tempo de Escrita" é o título da exposição fotográfica que o Museu do Índio, no Rio de Janeiro, vai abrigar a partir de 6 de junho. Serão apresentadas imagens de povos indígenas utilizando a palavra escrita e evidenciando novas práticas culturais nas aldeias de todo o país. Imagens que fazem parte do acervo da exposição estão disponíveis no site do Instituto Socioambiental
Atualmente, são faladas mais de 180 línguas indígenas no Brasil. Algumas contam com uma longa tradição escrita. Outras, ao contrário, enfrentam, agora, o desafio de definir uma grafia. A presença de escolas em terras indígenas e o direito que os povos indígenas conquistaram de alfabetizar suas crianças em suas próprias línguas estão entre os principais fatores de estímulo ao surgimento de uma importante produção escrita indígena. Livros, em português e em diferentes línguas indígenas têm sido escritos com cada vez mais freqüência por professores e alunos indígenas para uso em suas escolas.
As fotos, divididas em vinte painéis, revelam diferentes situações de uso e interação com a escrita por parte de crianças, jovens, mulheres e homens de onze povos indígenas diferentes: Ikpeng, Irantxe, Kaxuyana, Kayabi, Kisêdjê, Kuikuro, Ticuna, Tiriyó, Tuyuka, Wajãpi e Yanomami.
A curadoria da mostra ficou a cargo do antropólogo Luís Donisete Benzi Grupioni, da Universidade de São Paulo (USP). Grupioni explica que a mostra busca refletir os diferentes estágios das relações destas etnias com a palavra no papel. “Povos tradicionalmente ágrafos vêm tendo contato com a escrita desde os tempos da colonização. Para muitos povos indígenas, ela é uma velha conhecida, chegou junto com a catequização e com a introdução da escola civilizadora. Para outros povos, a escrita, e a escrita na própria língua, é uma conquista nova, recente”, afirma Grupioni.
Parte das imagens selecionadas para compor a exposição vem do acervo do Instituto Socioambiental (ISA) e foram produzidas por pesquisadores e colaboradores do instituto durante o desenvolvimento de projetos em campo. As imagens também simbolizam conquistas e etapas dos projetos desenvolvidos pelo ISA e comunidades indígenas parceiras, como a retirada de documentos por índios do Alto Rio Negro, o levantamento de recursos naturais no Parque Indígena do Xingu e diversas atividades em educação indígena. A exposição ainda apresenta fotografias de Dominique Tilkin Gallois, Elias Januário, do próprio Luís Donisete Grupioni, de Luís Fernando Pereira e da equipe de assessoria de comunicação do Ministério da Educação (MEC).
A exposição, promovida pelo Museu do Índio em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, é gratuita. O Museu do Índio fica na Rua das Palmeiras, 55, Botafogo, Rio de Janeiro. Mais informações pelo telefone (21) 2286-2097 ou no site www.museudoindio.gov.br.
Fonte: Instituto Socioambiental, com informações da assessoria de comunicação do Museu do Índio.
Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer