Autor original: Graciela Baroni Selaimen
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Já está disponível no sítio eletrônico do Ministério da Justiça o edital para seleção de projeto de pesquisa que deverá medir o impacto de cenas de sexo e violência sobre crianças e adolescentes. A pesquisa será coordenada pelo Departamento de Justiça e Classificação e financiada com recursos do Conselho Federal dos Direitos Difusos (CFDD), que destinou R$330 mil para a iniciativa. As propostas poderão ser apresentadas por organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs) até o dia 19 de julho.
Os pesquisadores deverão identificar a avaliação de pais e responsáveis sobre o impacto de conteúdo de audiovisuais na formação e desenvolvimento de crianças e adolescentes; verificar se os critérios e os símbolos da classificação indicativa cumprem seus objetivos e identificar peculiaridades locais e regionais para nortear a elaboração de uma política nacional que promova a análise crítica da mídia nas escolas. Ainda estão previstas a realização de um seminário para apresentação e discussão dos resultados e a publicação de livro com o referencial teórico, metodologia e resultados da pesquisa e do seminário.
Para o diretor de Justiça e Classificação, José Eduardo Romão, a pesquisa representa um esforço para integrar a classificação indicativa ao cotidiano e preservar os direitos de crianças e adolescentes, além de verificar se o sistema de classificação corresponde à realidade da população brasileira. “Já que não existem pesquisas conclusivas no Brasil, desde o primeiro momento em que apresentamos a classificação indicativa como um método. Nos preocupamos em verificar empiricamente se a vinculação entre as faixas etárias e os horários de exibição tem o efeito esperado e qual é a relação entre danos e impactos da exposição a conteúdos inadequados”.
Romão também destaca que o estudo deverá verificar junto aos Conselhos Tutelares o registro de ocorrência de atos de violência praticados por crianças e adolescentes e se os casos têm relação com conteúdos violentos. “Quem não lembra dos casos de crianças que viam super-heróis voando ou lutando com espadas e faziam uma capa de pano ou pegavam um objeto cortante e tentavam reproduzir essas cenas? Com os registros dos Conselhos será possível avaliar essa relação e sobre quais conteúdos”, explica.
Essa pesquisa é o primeiro passo para a realização de um estudo de médio prazo (2008-2012) que deverá acompanhar grupos focais e identificar as conseqüências da exposição prolongada de crianças e adolescentes a conteúdos audiovisuais considerados inadequados. A idéia é que essa ação seja incluída no Plano Plurianual para pesquisar o assunto nos próximos 10 anos. “Essa primeira pesquisa deverá medir o impacto, ou seja, a reação imediata após ver uma obra com cenas de violência e sexo. Se a criança fica agitada, não dorme, quer brincar com brinquedos como espadas e armas. A segunda deverá constatar a influência na formação de crianças e adolescentes”, exemplifica.
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