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Atlas mapeia dados da várzea amazônica

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

Seção original:

PROVÁRZEA/IBAMA

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) lançou uma ferramenta interativa e gratuita que reúne indicadores sociais, econômicos e ambientais da várzea amazônica — uma região que abriga quase cem municípios e 1,1 milhão de pessoas, sem contar a população urbana. O software mostra em mapas dados como número de escolas e igrejas, vegetação, ferrovias e área desmatada.

O objetivo principal é auxiliar o IBAMA a monitorar os locais próximos aos rios Amazonas e Solimões mais suscetíveis ao desmatamento e à pesca intensiva de peixes. A região tem cerca de 3 mil tipos de peixes, 200 deles explorados comercialmente. A produção anual de pescado movimenta por volta de US$ 100 milhões e é de aproximadamente 100 mil toneladas. Mas o local tem potencial para a pesca de 1 milhão de toneladas por ano.

O programa, chamado "Atlas do Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Várzea", já está disponível na internet há duas semanas, mas foi lançado oficialmente na quarta-feira [18/7] e só agora vai ser distribuído em CD. Uma versão impressa também está sendo preparada e deve ser lançada ainda neste ano.

O software é dividido em duas partes. Uma delas, mais detalhada, traz dados de Santarém (PA) e Parintins (AM), os dois maiores municípios da região. Há informações como o nome dos povoados, a localização dos agentes ambientais voluntários e das áreas alagadas, os setores onde a pesca é mais intensa e as regiões que têm acordos que regularizam a atividade — leis feitas pelas prefeituras que determinam quais os rios em que a pescaria é permitida.

“A pesca é a principal atividade da população ribeirinha. Mais para frente, pretendemos acrescentar informações sobre a produção pesqueira, para mostrar em quais municípios ela se manteve estável, aumentou ou diminuiu. A partir disso, poderão ser desenvolvidas políticas de manejo. Por isso é importante saber o que está acontecendo”, diz César Teixeira, coordenador técnico do Sistema de Informação Geográfica do PROVÁRZEA/ IBAMA (Programa de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea), que tem o apoio do PNUD.

Outra preocupação explicitada no Atlas é o desmatamento. A outra parte da ferramenta — em que são analisados indicadores de outros 95 municípios — apresenta as áreas onde houve aumento do desmatamento em 1997 e de 2000 a 2004. É possível acompanhar a evolução da destruição da mata. “Esses dados históricos são importantes para mostrar qual a tendência e desenvolver políticas para aumentar a preservação”, destaca o coordenador.

O programa foi apresentado durante um workshop sobre as inovações geotecnológicas aplicadas na várzea amazônica. O evento aconteceu na terça e na quarta [18 e 19/7], em Manaus, e foi organizado pelo PROVÁRZEA/IBAMA.

Talita Bedinelli
Fonte: PNUD Brasil

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