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Música para marcar o Dia Mundial do Refugiado no Brasil

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

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Para celebrar o Dia Mundial do Refugiado no Brasil, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e o SESC SP promovem o lançamento do CD "Livre Cantar" - uma coletânea de músicas compostas e executadas por refugiados que vivem no Brasil.

Com músicos profissionais e amadores, o CD apresenta 12 canções executadas por refugiados angolanos, colombianos, congoleses, cubanos e palestinos, que encontram no Brasil a oportunidade de reconstruir suas vidas. Participam do trabalho a cantora angolana Lysoka Ngury, os colombianos Antara e Trio Luseda, o grupo cubano BrasCuba, os corais africanos Nkanda Wanbote Wa Npa e Amor do Senhor e o palestino Ghazi Shahin, que compôs uma música exclusivamente para o Brasil.

Os participantes da coletânea "Livre Cantar" refletem a diversidade do refúgio no Brasil, que abriga aproximadamente 3.800 refugiados, de mais de 70 nacionalidades diferentes. Cerca de 80% têm origem africana, sendo que os angolanos formam a maior comunidade, seguidos pelos colombianos e congoleses. Outro grupo importante no contexto brasileiro é o dos refugiados palestinos vindos do Iraque, reassentados no país em setembro do ano passado.

Sem fins comerciais, o CD será distribuído pelo ACNUR como forma de divulgar e apoiar o trabalho dos refugiados que participaram do projeto, que também receberão cópias do produto. O CD foi produzido pelo ACNUR e pelo Grupo Mirrage, sendo gravado e mixado no Estúdio Bertolini, em São Paulo. O projeto teve o apoio das entidades que trabalham com o ACNUR e da ONG CNU Brasil.

A produção começou com o levantamento, em todo o país, dos refugiados envolvidos com atividades musicais. Foram identificados grupos e músicos solo, em diferentes níveis de conhecimento e profissionalismo. Cada artista encaminhou as músicas que gostaria de incluir no projeto. Os produtores musicais prepararam novas bases para as canções, que foram regravadas em estúdio e posteriormente mixadas e finalizadas. As canções do CD já podem ser ouvidas na internet, no endereço www.grupomirrage.com.br/blog.html.

As canções selecionadas falam de diferentes temas. Muitas refletem a experiência do refúgio, como as executadas por Antara ("Mi Tierra" e "Fugitiva") e Lysoka Ngury ("Clamor pela Áfrika"). Outras são temas populares dos países de origem dos refugiados, como "La Candela", executada pelo Grupo BrasCuba, e "La Piragua", regravada pelos colombianos do Trio Luseda.

Num país conhecido por sua musicalidade e diversidade cultural, a constante proteção dos direitos dos refugiados permite que a música funcione como um instrumento de integração social", observa o representante do ACNUR no Brasil, Javier Lopez-Cifuentes. Para o ACNUR, o Dia Mundial do Refugiado é uma oportunidade de homenagear os homens, mulheres e crianças que, vítimas da perseguição, dos conflitos e das violações de direitos humanos, foram forçados a se deslocar e a buscar proteção. "São pessoas que perderam quase tudo, menos sua esperança. Em todo o mundo, os refugiados mostram incrível coragem e perseverança para superar inúmeras dificuldades e reconstruir suas vidas. O ACNUR e seus parceiros trabalham para garantir que as pessoas sob sua proteção possam exercer seus direitos humanos e liberdades fundamentais", completa Lopez-Cifuentes.

A data é comemorada desde 2001, após uma resolução da Assembléia Geral da ONU que, em dezembro de 2000, designou o 20 de junho de cada ano como o Dia Mundial do Refugiado. A decisão foi uma forma de expressar solidariedade à Africa, o continente que abriga o maior número de refugiados e que, tradicionalmente, já celebrava o Dia Africano do Refugiado naquela mesma data.

O ACNUR fornece proteção e assistência para cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo, o que inclui refugiados, solicitantes de refúgio, deslocados internos, repatriados e apátridas. A agência da ONU para refugiados está sedida em Genebra e foi criada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1951. Desde então, recebeu por duas vezes o Prêmio Nobel da Paz (1954 e 1981). No Brasil, o ACNUR atua em parceria com o governo federal (por meio do Comitê Nacional para os Refugiados), com o setor privado e com a sociedade civil organizada.

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