Autor original: Viviane Gomes
Seção original: Artigos de opinião
Por: Luanda A. Bonadio, mestranda do curso de Gestão Social, na PUC/SP
O desenrolar da história política e econômica do país, cercada de falhas e carências de resultados efetivos na gestão das políticas públicas, fez com que a percepção do conceito educação, para parte da população, tornara-se algo vago, distante, inatingível. Ao contrário do que possa parecer, educação não é um “produto” de luxo, exclusivamente vendável e restrito a um grupo seleto de pessoas. Educação é um bem comum, universal dos cidadãos, uma “marca” forte e essencial para substantivar o desenvolvimento efetivo de um país. Por isso, torna-se fundamental unificar e interiorizar o conceito de educação em todas as esferas da sociedade, de forma que o sentimento de posse e pertencimento do conceito seja pulverizado a todos os indivíduos.
Neste contexto, a comunicação, mais que uma disciplina, torna-se uma ferramenta indispensável de informação, articulação, mobilização e integração dos diferentes atores (empresas, empresários, governos, universidades, educadores, comunidade, mídia, associações de classe etc.) envolvidos com a causa. Por meio de uma comunicação transparente, consistente e ética, permite-se a criação de uma rede dos atores e, a integração em um denominador comum, de todos os esforços e iniciativas em prol da promoção da educação no Brasil. A informação técnica, baseada em dados estatísticos e indicadores sócio-econômicos, é o elemento norteador da articulação que resultará na mobilização e atuação dos atores envolvidos. Como complemento a informação técnica, estão iniciativas isoladas implantadas pela sociedade civil, por empresários e governos locais que, em busca de alternativas concretas capazes suprir deficiências e permitirem acessos a uma educação de qualidade, mobilizaram esforços e mudaram a realidade de onde estão inseridas.
O grande desafio da comunicação e dos profissionais envolvidos com esta atividade é, com base em um mesmo nível de informação, tornar a rede de atores viva e articulada, em todas as esferas da sociedade. Neste caso, para disseminação da informação e articulação, os veículos de comunicação de massa são fundamentais para acelerar a absorção e interiorização do conceito de educação. Para a consolidação e divulgação de iniciativas referentes à promoção da educação, todos os outros tipos de mídia e ferramentas de comunicação são alternativas fundamentais, como: comunicação corporativa nas empresas, jornais locais e comunitários, revistas acadêmicas e dirigidas, eventos, fóruns, conferências, grupos de discussão, sites, emails. Além disso, adicional a estas alternativas, estão às iniciativas focadas, como: o incentivo às pautas e a produção de jornalistas, a publicação de artigos por professores e estudantes universitários, prêmios, debates entre pais e mestres, gestão participativa nos governos municipais, etc.
Logo, a evolução para uma educação de qualidade e efetiva no Brasil, será possível a partir do momento em que, com acesso a informações e com referência a exemplos de sucesso, toda a sociedade se conscientizar da sua responsabilidade no processo de mudança e melhorias na educação. E, conforme palavras de Paulo Freire, “não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
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