O Instituto Socioambiental (ISA) publicou um estudo sobre e áreas de garimpo abertas ou reativadas em três Terras Indígenas e quatro Unidades de Conservação na bacia do Xingu entre 2018 e 2019. O estudo, feito pelo ISA e pela Rede Xingu +, mostra que apenas entre abril e maio de 2020 foram abertos 562 hectares associadas à exploração garimpeira, totalizando 22 mil hectares de floresta desmatados por conta do garimpo.
Desde o segundo semestre de 2018, o garimpo ilegal ganhou força em novas regiões, ativando áreas que estavam fechadas há mais de 14 anos! Esse é o caso de um garimpo na Resex Riozinho do Anfrísio, no Pará, que foi fechado no ano da criação da UC, em 2004, mas voltou a funcionar em 2019 num clima de absoluta impunidade.
A exploração garimpeira tem sérios impactos socioambientais. Contamina as águas e o solo, desconfigura o curso dos rios e devasta a floresta, traz invasões, surtos de malária, intoxicação por mercúrio, contágios por doenças, prostituição infantil, tráfico de drogas e de armas, entre outros. Com a pandemia de Covid-19, a invasão de garimpeiros apresenta uma nova ameaça: o contágio dos povos indígenas e populações tradicionais em áreas onde é impossível estabelecer barreiras sanitárias e qualquer outra medida de prevenção e atendimento em saúde.
Garimpo no eixo da BR-163, entorno do Parque Indígena do Xingu. André Villas-Bôas / ISA
A Terra Indígena Kayapó é a mais impactada pelo garimpo na bacia do Xingu, com 684 hectares desmatados nos primeiros cinco meses de 2020. Não à toa, é a terra indígena do Xingu que apresenta o maior número de casos de contágio e mortes por Covid-19.
A expansão descontrolada do garimpo dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação de responsabilidade do governo federal, precisa ser controlada antes de consolidar impactos irreversíveis para a floresta, os rios e os povos do Xingu.
O estudo está anexo em PDF.
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