O processo de reconhecimento da candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio Cultural da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi iniciado pela Prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).O Cais do Valongo foi construído em 1811 e se tornou a principal porta de entrada para o país, em que desembarcavam e eram vendidos escravos vindos da África. Estimam-se que entre 500 mil e 1 milhão de escravos tenham chegado ao Brasil desde a construção do cais – que, por isso, se torna símbolo da maior transferência forçada de população na história da humanidade.A candidatura acontece justamente no aniversário de 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro e na década do Afrodescendente – instituída pela Assembleia Geral da ONU. O desfecho do processo é aguardado para o primeiro trimestre de 2016.Foi criado o Comitê Consultivo da Candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade, que já começou suas atividades no fim de setembro deste ano. Sua composição é de membros de associações sociais e comunitárias, acadêmicos, pesquisadores e representantes do governo e vai manter diálogo permanente com a equipe técnica de especialistas responsável pela iniciativa. O seu objetivo é garantir a legitimidade, a autenticidade, a inserção comunitária e a participação social no processo, para que tais bens culturais sejam devidamente preservados.“A inscrição do Cais do Valongo na lista do Patrimônio Mundial representará o reconhecimento do seu valor universal excepcional, como memória da violência contra a humanidade representada pela escravidão, fortalecendo as responsabilidades históricas, não só do Estado brasileiro, como de todos os países membros da UNESCO. É, ainda, o reconhecimento da inestimável contribuição dos africanos na formação dos povos do continente americano”, afirmou a presidente do IPHAN, Jurema Machado.
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