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Cooperação Multisetorial para o Desenvolvimento Econômico

Gestores públicos, representantes do comércio, conselheiros municipais, representantes de associações comunitárias, educadores, entre outros atores sociais, das cidades de Barro Alto e Niquelândia, em Goiás, estão trabalhando em conjunto para pensar novas perspectivas de desenvolvimento para os municípios. Essa cooperação entre setor público, sociedade civil e iniciativa privada pretende elaborar um plano de longo prazo que estabelecerá uma agenda de desenvolvimento para os próximos 15 anos em cada território.Para discutir mais a respeito destes possíveis caminhos, durante o mês de junho, esses atores participaram ativamente do curso de “Políticas e Investimentos Públicos para atração de investimentos e desenvolvimento econômico”, promovido pela Agenda Pública. O curso faz parte das ações previstas pelo Programa de Dinamismo Econômico Municipal, realizado nos dois municípios. A iniciativa visa promover o fortalecimento da capacidade institucional do município para construir políticas, organizar os agentes econômicos, atrair investimentos e coordenar ações de desenvolvimento em nível local.Na formação, foram dois dias intensos de atividades, nos quais os participantes puderam se aprofundar a respeito das novas potencialidades econômicas identificadas nos municípios, como o turismo e a agroecologia para produção de alimentos saudáveis, em Barro Alto, e em turismo e psicultura, em Niquelândia, indo além das atividades de mineração – que caracterizam os dois municípios por conta das empresas instaladas nos locais.Em seguida, exploraram as possibilidades de projetos a serem desenvolvidos nestas frentes em curto, médio e longo prazo, além de identificarem quais seriam os apoios diretos e indiretos (fontes de recursos públicos e privados) necessários para colocar as ideias em ação e os possíveis riscos de cada fase dos projetos.Tendo em vista a importância da articulação regional, os participantes foram motivados também a identificar os fluxos e as interações entre as cidades vizinhas de Barro Alto e Niquelândia, criando uma rede entre os municípios. A ideia foi discutir de que forma esse movimento dos moradores para estudar, fazer compras, acessar serviços etc nos municípios vizinhos, geram desenvolvimento, não só por meio de recursos financeiros, mas também de empatia, cooperação, oferta de serviços, criando vínculos e exercendo influência sobre outras cidades. Assim, esse contexto precisa ser levado em consideração na hora de planejar as ações nos municípios.“Essa motivação para que pudéssemos olhar ao nosso redor e ver as possibilidades que existem nas trocas entre as cidades foi muito interessante, pois não nos atentamos a isso. E é essencial discutirmos como podemos ter essas parcerias entre os municípios, já que as pessoas circulam de um local para o outro. Isso vai nos ajudar muito no desenvolvimento dos projetos. Abriu a nossa mente para novas possibilidades de ação”, comenta Geandra Ferreira, membro da comissão organizadora do Pacto pelo Desenvolvimento de Niquelândia – movimento iniciado neste ano que reúne diferentes atores locais para pensar o desenvolvimento da cidade.O Pacto, inclusive, como destaca Geandra, vem conquistando resultados importantes localmente, como a criação da Feira Sabores e Artes, promovida todas às sextas-feiras no município, oferecendo espaço para comerciantes, artesãos e artistas apresentarem e venderem seus trabalhos, ampliando a geração de renda para os mesmos, além de trazer novas opções de lazer para os moradores. “A cidade tem muito potencial e o curso nos mostrou isso, inclusive. Temos que valorizar os nossos recursos que são pouco explorados”, comenta.Para Anésia Rabelo, presidente da Associação Comercial e Industrial de Barro Alto e representante do comércio no Conselho da Criança e do Adolescente, a possibilidade de participação dos moradores e a criação destes espaços de diálogos entre poder público e sociedade civil – como o fomentado pelo curso – tem sido o ponto alto do Programa de Dinamismo Econômico Municipal na cidade.“Antes, a sociedade civil não fazia parte dos processos decisórios e, assim, não discutíamos de fato o que era importante para nós. Agora, houve uma mudança muito grande. Estamos envolvidos e temos a possibilidade de opinar e direcionar as iniciativas para as demandas reais, a fim de que os recursos públicos sejam investidos com mais eficácia”, ressalta a comerciante, destacando que o curso também trouxe subsídios para o grupo que, em breve, deverá formar o Fórum de Desenvolvimento Econômico na cidade, também como parte do programa.“As discussões que tivemos na formação, por exemplo, nos trouxeram elementos para poder mostrar que a comunidade têm condições de fazer um trabalho sustentável com a gestão pública”, pondera Anésia.Fonte: Agenda Pública

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