O famoso “Mão na cabeça, vagabundo!” da primeira batida policial a gente nunca esquece. Assim como os minutos em que se tem uma arma mirada para a cabeça, às vezes com 11 ou 12 anos de idade, ficam na sua cabeça para sempre. MEU PRIMEIRO ABUSO POLICIAL é uma campanha da Revista Raça para debater a violência policial contra negros. Os minutos em que te revistam, que podem muitas vezes parecer horas, te marcarão para sempre.O caso de Rafael Braga nos chama a atenção para uma realidade que os negros conhecem muito bem. Segundo uma pesquisa do Datafolha, 86% dos homens negros de São Paulo já foram parados pela polícia. Entre os mais jovens, a taxa pode chegar a 91%. Outra pesquisa recente realizada pela Universidade de São Carlos aponta que 61% das vítimas da polícia militar são negras, 97% são homens e 77% têm de 15 a 29 anos. A Polícia Militar de São Paulo é a que mais mata e tem cor: 79% dos policiais são brancos.Quando estes abusos acontecem, não tem para quem e aonde recorrer. Por isso lançamos a campanha MEU PRIMEIRO ABUSO POLICIAL: para poder expor e compartilhar experiências por mais doloridas que sejam. Os abusos acontecem diariamente: entre artistas e outros famosos que entrevistamos, todos que encontraram a polícia no meio do caminho tem uma história e uma cicatriz que não vamos esquecer. Como Rafael, temos em comum apenas cor da pele, que descendente de anos abuso do Estado brasileiro.O quanto ainda teremos que sofrer? Nossa pele não é crime! MEU PRIMEIRO ABUSO POLICIAL: Conte, compartilhe e denuncie os diversos atentados contra nós!Fonte: Revista Raça
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