A 2ª edição da Virada Feminista Online trará 48 especialistas de diversos países para discutir a relação do aborto com direitos das mulheres, saúde pública e racismoVIRADA FEMINISTA ONLINE 2017 – #PrecisamosFalarSobreAborto 24hDo que se trata? Em 2016 aconteceu a primeira #ViradaFeministaOnline. Foram 24horas transmitindo uma programação de falas ao vivo (lives) via Facebook sobre a temática do direito ao aborto. A iniciativa partiu de jovens feministas brasileiras, que contaram com a adesão do conjunto de movimentos de mulheres mobilizado em torno da data do 28 de Setembro – Dia Mundial de Luta pela Legalização do Aborto.Este ano a Virada pautará o clima de retrocesso que contamina as casas legislativas com propostas conservadoras. São carro-chefe deste bonde do atraso as Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 29 e 181, ambas de 2015, que tramitam no Congresso Nacional.O que se pretende com essas PECs? Pretende-se alterar a Constituição para nela inserir o “direito à vida desde a concepção”. Isto significaria retirar das mulheres o direito ao aborto nos poucos casos hoje permitidos, ou seja, na gravidez por estupro, com risco de morte para a gestante e nos casos de anencefalia fetal. O conjunto das proposições que retiram direitos das mulheres está bem resumido no Alerta Feminista, documento lançado em outubro e assinado por mais de 100 organizações de mulheres de todo o país.Muitas dessas organizações estão na programação da 2ª edição da Virada Feminista Online que chega com o mesmo espírito: trazer para as redes sociais vozes feministas que, já no #ForaCunha e na #PrimaveraFeminista, fizeram o contraponto ao discurso religioso, machista e racista que permeia o conservadorismo.Como vai rolar a Virada Durante as 24h de todo o dia 27 de setembro, ativistas e organizações feministas promoverão uma mobilização online para debater a questão do aborto no país. O objetivo da ação é lançar luz sobre a importância do tema e resistir às ameaças de grupos conservadores que querem restringir direitos já conquistados. O evento faz parte de uma série de ações que acontecem essa semana como parte do 28 de setembro – Dia de Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto na América Latina e Caribe.As transmissões vão acontecer a partir de 23:30 do dia 26, se estenderão por todo o dia 27 de setembro e serão compartilhadas em um evento no Facebook e também na página da Frente Nacional pela Legalização do Aborto. Cada participante terá 30 min de fala, totalizando 48 participações durante todo o dia. Para Jéssica Ipólito, blogueira feminista e uma das organizadoras da Virada Online, usar as redes sociais para falar de um tema como o aborto tem potencial também de informar e engajar diferentes públicos para a causa. “Utilizar novas ferramentas tecnológicas, como as transmissões ao vivo através do Facebook, é uma forma de mobilizar um público jovem e engaja-los em uma pauta de extrema importância para todas nós”, afirma.Onda de conservadorismo no Congresso ameaça direitos e a vida das mulheres Representando o Congresso mais conservador desde a Ditadura, parlamentares têm avançado projetos para restringir aborto em qualquer situação, inclusive em caso de estupro ou para salvar a vida da mulher. Dos cerca de 30 projetos hoje em discussão que têm esse objetivo, são carro-chefe deste bonde do atraso as Propostas de Emenda Constitucional (PECs) 29 e 181, ambas de 2015. “Além de propor projetos que explicitamente restringem os direitos das mulheres em relação ao aborto, essa força conservadora dentro do Congresso criou uma estratégia para inserir retrocessos em proposições que não estão diretamente relacionadas com direitos reprodutivos, como é o caso da PEC 181”, critica Paula Viana, Secretária Executiva Colegiada do Grupo Curumim, de Pernambuco. Originalmente propostas para ampliar licença maternidade das mães de bebês prematuros, a PEC 181 é conhecida como “Cavalo de Troia” por incluir um objetivo oculto em suas linhas. Ela introduz o termo “desde a concepção” nos artigos 1º e 5º na Constituição. Caso a mudança seja aprovada, ela pode restringir completamente o direito ao aborto em qualquer situação, o que significa retroceder para antes de 1940, quando a atual legislação sobre aborto foi aprovada.Há algumas semanas, mais de 100 coletivos e organizações que integram a Frente Nacional pela Descriminalização e Legalização do Aborto no Brasil, lançaram o #AlertaFeminista chamando a atenção da sociedade civil para os ataques de setores ultraconservadores ao direito à cidadania plena das mulheres. As organizações que fazem parte deste grupo mantém um monitoramento constante dos projetos no Congresso. “A partir deste monitoramento, temos feito mobilizações online com grupos de mulheres, jovens e até outros movimentos. Para nós, a Virada Feminista é uma forma de podermos ganhar mentes e corações, extrapolando o movimento feminista”, conclui Paula.Uma mobilização mundial pelos direitos das mulheres Algumas das organizações que participarão incluem: SOS Corpo, Grupo Curumim, Think Olga, Ativismo de Sofá, Blogueiras Feministas, Católicas pelo Direito de Decidir, Rede Feminista de Juristas, Catarinas, ANIS – Instituto de Bioética, Instituto Patrícia Galvão, Lady’s Comics. Além das brasileiras, a Virada deste ano traz participações de ativistas como Cecília Palmeiro, liderança do movimento Ni Una Menos na América Latina, Graça Samo de Moçambique, uma das diretoras do movimento internacional Marcha Mundial das Mulheres, entre outras da Argentina, Colômbia, França, Irlanda, que falarão sobre as legislações e desafios enfrentados nesses países. “A nossa vontade é fazer crescer a Virada a ponto de articular mulheres do mundo todo, de diferentes idiomas e culturas, usando suas redes sociais para falar sobre questões que estão diretamente ligadas a direitos sexuais e reprodutivos, autonomia e liberdade das mulheres, cultura e machismo e outras”, afirma Jéssica.Para acompanhar a Virada Feminista Online: Horário: as transmissões começam às 23h30 do dia 26/set e vão até 23h59 do dia 27/set Programação: a programação completa pode ser encontrada na página do evento Para acompanhar há duas opções – acessar os perfis de cada uma das palestrantes ou acessar a página da Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres pela Legalização do AbortoInformações à imprensa: Jéssica Ipólito – jesz.ipolito@gmail.com ou 71 9127-5001 (BA) Paula Viana (Grupo Curumim): paulaviana@grupocurumim.org.br ou 81 99962-5763 (PE) Thais Campolina – do blog Ativismo de Sofá – thais_campolina@yahoo.com.br ou 37 99133-3061 (MG)Fonte: Agência Patrícia Galvão
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