Nos dias 7, 8 e 9 de outubro, o documentário Piripkura, dirigido por Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge, estreia, na Première Brasil, Festival do Rio, um dos principais eventos de cinema do Brasil. As exibições acontecem no Cinépolis Lagoon, Cine Odeon e Kinoplex São Luiz em diferentes horários e, no dia 08 de outubro, haverá um debate após a exibição com a presença dos diretores e representantes de movimentos que atuam pelo reconhecimento e defesa dos direitos dos povos indígenas.Pakyî e Tamandua são dois indígenas nômades, do povo Piripkura, que vivem com um facão, um machado cego e uma tocha, e sobrevivem cercados por fazendas e madeireiros numa área protegida no meio da floresta amazônica no Estado de Mato Grosso. O documentário apresenta as expedições periódicas de Jair Condor, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Madeirinha-Juruena, da Funai, que acompanha Pakyî e Tamandua desde 1989. Rita, a terceira sobrevivente Piripkura que se tem notícia, embarca com Jair em algumas expedições para monitorar vestígios que comprovem a presença deles na floresta e, assim, garantir a proteção do território habitado por eles. Piripkura aborda as consequências de uma tragédia e revela a força, resiliência e autonomia daqueles que foram expostos a todo tipo de ameaças e têm resistido ao contato.O documentário surgiu do encontro das diretoras com Jair Candor, um dos personagens principais do filme. Eles se conheceram quando foram documentar um processo de capacitação promovido pela Funai, para a formação de novos servidores para trabalhar nas Frentes de Proteção Etnoambientais, em diferentes regiões da Amazônia. Nesse encontro, o Sr. Jair, coordenador de uma das frentes onde estão as Terras Indígenas Piripkura e Kawahiva do Rio Pardo, contou sua trajetória junto aos Piripkura e manifestou o sonho em fazer um registro desta história.“O cinema é um lugar de encontro e também de resistência. Conhecer a capacidade de sobrevivência e plenitude de Rita, Pakyî e Tamandua, apesar da tragédia que atravessa a história do seu povo, nos faz questionar aspectos profundos sobre nossa forma de estar no mundo”, descreve Mariana Oliva.AtualidadeFilmado há mais de um ano, o documentário mostra-se bastante atual no momento em que está em curso uma investigação sobre o possível massacre de índios na TI Vale do Javari, no Estado do Amazonas, região com o maior conjunto de povos isolados no mundo.Existem 113 registros de grupos indígenas isolados na Amazônia, o esforço da Funai até o momento possibilitou confirmar até o momento 26 povos isolados. As Frentes de Proteção vem enfrentando sérios problemas para atuar diante dos cortes orçamentários impostos pelo Governo Federal. O cenário é preocupante, marcado pelo aumento de invasões – o que se agrava pela ameaça de fechamento de outras frentes.“Esperamos que o filme possa estimular a discussão sobre o direito destes povos originários de existirem em paz no território que sempre foi deles. E que essa outra forma de viver e se relacionar com a floresta seja respeitada e perdure como outro paradigma do que é estar neste mundo”, diz Renata Terra.O filme estreia no Festival do Rio no dia 7 de outubro, sábado, no Cine Lagoon, às 16h45. No dia seguinte, domingo, a sessão acontece pela manhã, às 10h, no Cine Odeon e, em seguida, haverá um debate com a presença de Tica Minami (Greenpeace), Sonia Guajajara (Apib - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), Conrado Otávio (CTI), Instituto República e dos diretores do filme. A última exibição será dia 9, segunda-feira, no Kinoplex São Luiz, às 14h30.Se por um lado o filme aborda a violência contra os Piripkura e as constantes ameaças ao seu território, por outro, traz um retrato da relação comovente de resiliência e afeto: “A recusa de Pakyî e Tamandua em interagir mais de perto com nossa organização social é também a renúncia da possibilidade de viver dentro de uma compreensão limitada do tempo. E isso só deve nos instigar a pensar no que exatamente estamos fazendo com ele”, diz Bruno Jorge.Produzido pela Zeza Filmes com produção associada da Maria Farinha Filmes e Grifa Filmes, o documentário também faz parte da rede de apoiadores das campanhas 342 Pela Amazônia, Todos Pela Amazônia, liderado pelo Greenpeace, que juntos reuniram 1,5 milhão de assinaturas em defesa da Amazônia e contra extinção da Renca (. E também apoia o movimento global Believe.Earth, por acreditarmos na urgência de construção coletiva de um futuro melhor, próspero, possível e sustentável.Piripkura @Festival do Rio7 de outubro, sábadoLocal: Cinépolis Lagoon - Av. Borges de Medeiros, 1424 - LeblonHorário: 16h458 de outubro, domingoLocal: Cine Odeon - Praça Floriano, 7 - CentroHorário: 10h e debate após exibição9 de outubro, segunda-feiraLocal: Kinoplex São Luiz - R. do Catete, 311 - CateteHorário: 14h30
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