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Professores, alunos, pais e artistas ocupam a Av. Paulista em defesa da educação

Educadores, estudantes e suas famílias comemoram o Dia dos Professores na Avenida Paulista neste domingo (15) com ato em defesa da escola pública inclusiva e de qualidade. Com muita música, o evento também marca o lançamento do Movimento em Defesa da escola pública e da valorização dos professores, que têm sido alvos do ajuste fiscal dos governos em todas as esferas.O bloco Ilu Obá de Min deu o tom inicial da festa, entoado o batuque africano comandado por mulheres.Para Vicenta Maria, que participa da Apeosep, sindicato dos professores do ensino público no estado de São Paulo, o canto do grupo Ilu representa a diversidade religiosa e o respeito que deve prevalecer nas escolas: "Somos um país laico. Todas as religiões são importantes."O ator Reginaldo Silva passeava na Paulista durante a abertura do ato de hoje, e parou para acompanhar a festa. Ele conta que suas duas filhas estudam em escola pública, da qual ele também participa como voluntário. Para ele, "sem um professor valorizado, não existe educação de qualidade."O cantor Chico César trouxe os ritmos do Nordeste e canções que tratam da vida e da luta do povo do sertão. Em solidariedade aos professores, ele também clamou por uma educação inclusiva e libertária.Para Leandro, secretário geral da Apeoesp, o professor representa a principal e mais importante profissão, pois todas as outras passam por ele.Valorização e festaMaurílio Mendes, professor de Língua Portuguesa, diz que é "superimportante" comemorar a data com festa, "mas a valorização não pode ser só no dia de hoje", afirmou.Ele diz que a missão do educador tem sido ainda mais desafiadora em tempos de radicalização do debate político. Nesse cenário, segundo ele, o professor tem o papel de conscientizar os estudantes para a questão dos excluídos e das causas sociais.O ex-prefeito Fernando Haddad também manifestou apoio aos professores. "Por uma escola pública, gratuita e de qualidade. São Paulo é nossa."Segundo a presidenta da Apeoesp, Maria Isabel Noronha, a Bebel, a luta pela escola pública não pode ser só dos professores. "Por isso a gente pede o apoio da sociedade. Todos têm que abraçar essa causa". É uma luta de todos os partidos, de todos os movimentos sociais. Não é só por salário."À RBA, ela afirmou que no governo Temer a educação tem sido a área mais atacada, por conta da EC 55, a emenda constitucional que congela os investimentos em saúde e educação no país por vinte anos, que agora o governador Geraldo Alckmin pretende implementar em São Paulo, por pelo menos dois anos. "Agora o Alckmin quer fazer isso aqui. Será que vai haver escola pública até lá?"A MC Luana Hansen, que apresentou a festa, ressaltou que a habilidade com as palavras lhe foi dada pela educação. "Fui transformada pela poesia, pela música, pela cultura. Quando a gente tem oportunidade, tudo pode mudar. Mas tem que ser oportunidades iguais para todos”, destacou.Em rimas e discursos, ela também abordou temas como violência policial, contra professores nas manifestações, e contra a população pobre na periferia, e também se mandou contra a proposta de redução da maioridade penal. "A periferia está acordada, e está do lado do professor."Presidente da CUT estadual, Douglas Izzo lembrou que a CUT está sempre na luta por uma educação de qualidade e para todos. Durante a semana, a central deve fazer manifestação contra a proposta de congelamento do orçamento pelo governo Alckmin.Rosana Cunha, mãe de Gabriel Cunha, um dos estudantes presos no Centro Cultural SP em ato Fora Temer, pediu apoio aos professores e alunos aos 18 jovens que foram detidos em um ato contra o governo Temer, que contou inclusive com a participação de um militar infiltrado. Ela lembrou que diversos deles eram estudantes secundaristas, e que estão sendo vítimas de perseguição.A cantora Zélia Duncan fechou a comemoração do dia dos professores. Além das músicas leves e românticas, ela também cantou a música Carne e Osso, e dedicou ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, "que não gosta de carnaval, e se acha muito perfeito", segundo ela.Ao final, Bebel lembrou que foi preciso medida judicial para garantir que a festa ocorresse na Avenida Paulista, e que a participação de todos também representou a luta para garantir que este continue sendo o palco de manifestações populares, mesmo contra a vontade do prefeito João Doria e do governo Alckmin.

Apresentação do bloco de mulheres Ilu Obá de Min marcou o início da mobilização de hoje na Paulista (Marcia Minillo / RBA)
Fonte: Rede Brasil Atual

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