Jornalistas de todo o Brasil são convidadas e convidados a participar das ações dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que se iniciaram em 20 de novembro e continuarão até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em artigo publicado no site da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) por ocasião do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, a presidenta Maria José Braga, destaca a importância dessa mobilização, o papel da imprensa e a violência contra as jornalistas no exercício das atividades profissionais.“Se não bastasse essa invisibilidade e negativa de acesso aos espaços de comando e tomada de decisões, as mulheres passam por situações como conviver com linguagem sexista em suas rotinas de trabalho. São piadas de cunho vexatórios, misóginos, racistas e muitas vezes a coação e as pressões geram instabilidade e problemas de saúde que não são relatados por vergonha ou medo de perder o trabalho, mesmo em ambiente precarizado”, afirma Maria José. Ela considera, ainda, que “a mídia tem papel fundamental nesta luta”.No artigo, ela faz um chamado às jornalistas devido à recente constituição da Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas, no último 8 de março: “como mulheres, e profissionais de comunicação, devemos refletir sobre a necessidade de estratégias para superarmos todas as formas de agressão, exclusão e nos solidarizar para o enfrentamento à violência, a partir da nossa produção de conteúdo nas redações, nas assessorias de comunicação e na elaboração de materiais para as diferentes plataformas”.Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, o empoderamento das mulheres jornalistas no Brasil é fundamental para apoiar, inclusive, a rediscussão de estratégias pendentes desde o Plano de Ação de Pequim, da 4ª Conferência Mundial da Mulher, na área Mulher e Mídia. “A mobilização de mulheres e homens jornalistas durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é crucial para o reconhecimento da categoria sobre a realidade das profissionais, o enfrentamento do sexismo e do racismo nas relações de trabalho, além da reflexão de jornalistas sobre o direito humano das mulheres à comunicação”, diz.A partir do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, 25 de novembro, Fenaj e ONU Mulheres sensibilizarão jornalistas, comunicadoras e comunicadores nas redes sociais. A ação digital busca o aperfeiçoamento da cobertura da temática violência contra as mulheres, reunindo dicas do guia Mídia e Conteúdos Colaborativos para um Planeta 50-50 em 2030, produzido para o Curso de Comunicação, Saúde e Direitos das Mulheres. A publicação e o curso fazem parte do projeto proteção dos direitos das mulheres em tempos de zika, da ONU Mulheres e com financiamento da Fundação Ford. Durante os 16 Dias, a Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas promoverá a postagem de vídeos de jornalistas em alerta à violência de gênero e raça na profissão.Por uma mídia sem discriminação contra as mulheres – Desde março de 2016, a ONU Mulheres está promovendo o Pacto Global de Mídia “Dê um passo pela igualdade de gênero”, voltado aos meios de comunicação. É parte das estratégias para acelerar os esforços mundiais de eliminação das desigualdades de gênero e estabelecer um Planeta 50-50, com direitos para todas as mulheres e meninas.O Pacto Global de Mídia “Dê um passo pela igualdade de gênero” destaca duas frentes de ação para a mídia: quebrar estereótipos e preconceitos em suas divulgações de informações e aumentar o número de mulheres nos meios de comunicação, inclusive ocupando funções de liderança e de tomada de decisão. Trata-se de um acordo de produção colaborativa de conteúdos sobre direitos das mulheres, tendo a ONU Mulheres como uma aliada no fornecimento de informações acerca de gênero, raça e etnia.No âmbito dessa iniciativa, a ONU Mulheres e entidades parceiras, entre elas a FENAJ, estão promovendo o Curso de Comunicação, Saúde e Direitos das Mulheres. A última turma realizará o curso, em Fortaleza, nos dias 11 e 12 de dezembro, no Sindicato dos Jornalistas. Saiba mais: comunicacaoedireitosdasmulheres.wordpress.comFonte: Agência Patrícia Galvão
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