A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou na semana passada, um levantamento que demonstra que uma em cada duas mulheres jornalistas já sofreu assédio sexual, abuso psicológico, assédio online e outras formas de violência de gênero no ambiente de trabalho.A pesquisa, que teve o testemunho de 400 mulheres, revelou que em 85% dos casos nenhuma ação foi tomada pelos veículos e agências, ou que as medidas eram inadequadas. A maioria das redações ou locais de trabalho nem sequer oferecem uma política para combater esse tipo de abuso ou fornecer um mecanismo para informar sobre eles.O estudo apontou ainda que 48% das entrevistadas sofreram violência de gênero relacionada ao seu trabalho; 44% das entrevistadas sofreram assédio online. Entre as formas mais comuns de violência de gênero sofridas pelas jornalistas estão o abuso verbal (63%), o abuso psicológico (41%), o assédio sexual (37%) e a exploração econômica (21%). Quase 11% sofreram violência física; 45% dos infratores eram pessoas de fora do local de trabalho (fontes, políticos, leitores ou ouvintes); no entanto, 38% número expressivo, eram chefes ou superiores; 39% dos atacantes eram anônimos.Dois terços (66,15%) das entrevistadas não apresentaram denúncia formal e das que denunciaram, 84,8% não consideram que foram tomadas medidas adequadas contra os infratores. Somente 12,3% ficaram satisfeitas com o resultado final. Os números demonstram ainda que apenas 26% dos locais de trabalho têm uma política que abrange violência de gênero e assédio sexual.“Jornalistas de 50 países têm nos contado a mesma história, que a violência de gênero no mundo do trabalho é generalizada e que medidas para combatê-la não existem ou são inadequadas em praticamente todos os casos. Precisamos de ações urgentes para ajuizar os infratores e fazer com que as mulheres jornalistas se sintam confiantes o suficiente para denunciarem esses abusos”, afirmou a copresidente do Comitê de Gênero da FIJ, Mindy Ran.“Precisamos urgentemente de acordos coletivos no local de trabalho, procedimentos sólidos de denúncia e medidas contra os infratores para combater os terríveis números da violência de gênero que temos registrado referentes ao trabalho das jornalistas. Para a FIJ e seus sindicatos, abordar a violência e o abuso sofridos por essas profissionais, em todos os cantos do mundo, é uma prioridade”, disse o secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger.A FIJ apoia ações destinadas a conseguir um convênio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a violência de gênero no mundo do trabalho. Os resultados de uma segunda pesquisa sobre a ação sindical contra a violência de gênero serão publicados no início de 2018.Fonte: Portal Imprensa
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