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Escassez da água é tema de festival

Autor original: Paulo Henrique Lima

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Para ajudar a promover uma maior conscientização sobre a necessidade de evitar os efeitos da crise de abastecimento, que poderá afetar dois terços da população mundial, será promovido o Festival Água no Terceiro Milênio. O evento irá ocorrer entre os dias 23 e 26 de novembro deste ano, em Caxambu, Minas Gerais. Os interessados em apresentar trabalhos sobre o tema já podem começar a se inscrever. Mais detalhes na entrevista à seguir, com a coordenadora do festival, Marisa Mendes Machado.


Quais são os principais objetivos do festival?


Promover a reflexão sobre o tema da "Água no Terceiro Milênio", promover a divulgação e realização de trabalhos artísticos que promovam a cultura de raiz, conseguir resultados práticos quanto à questão da água no terceiro milênio, tal como a criação local de um Centro de Referência das Águas.


Que tipos de atividades serão apresentadas no evento?


O evento será constituído de três partes. Será realizado um fórum ecológico, com debates, mesas-redondas, oficinas de educação ambiental e palestras. Paralelamente ao fórum serão realizadas múltiplas atividades artísticas, como teatro, dança, artes plásticas, música, leitura dramatizadas e recitais de poesia, entre outras. Ainda haverá um espaço de exposição de publicações e artesanato.


Como as pessoas devem proceder para contribuir com seus projetos para o evento?


A inscrição dos trabalhos ecológicos e artísticos devem ser feitas até o dia 31 de julho de 2.000, por correio eletrônico ou diretamente na Prefeitura Municipal de Caxambu, pelo telefone (35) 341-9001. Os interessados devem enviar os seguintes dados: nome completo, endereço, telefones, e-mail, resumo do trabalho a ser apresentado e breve biografia cultural. Os inscritos terão que arcar apenas com as despesas de produção e pessoais com a viagem e hospedagem. Os trabalhos selecionados poderão ser apresentados em espaço público cedido pela Prefeitura como praças, parque das águas, ruas e centro de convenções. Além disso, terão seus trabalhos divulgados. Só serão aceitos os trabalhos, tanto de arte, ecologia, artesanato, que contenham o tema do festival, ou seja, que abordem a questão da água e que apresentem um tratamento respeitoso sobre o tema. Na parte artística e de artesanato, priorizaremos a cultura de raiz.


O evento estará aberto ao público?


Sim, o público de qualquer faixa etária, tem livre acesso a todas as atividades do festival. O evento irá atrair principalmente a atenção de ambientalistas e artistas conscientizados da necessidade do respeito pela natureza e pela vida. O grande público poderá ir, principalmente, em busca do encanto e beleza da arte, que refletirá um tema urgente. Estamos reunindo arte e ecologia justamente para sensibilizarmos o maior número possível de pessoas. O festival é gratuito para o público e não há necessidade de fazer inscrições. Obviamente, se uma atividade for em espaço fechado, o limite de público é o do tamanho do local.


Quais são os motivos para esse quadro de escassez de água?


A escassez de água já está ocorrendo, mas deverá se agravar no próximo milênio. Segundo previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), até o ano de 2025, 50% dos países poderão sofrer de escassez permanente de água. Hoje já não se luta mais por petróleo no Oriente Médio e sim por territórios que tenham água. Isso está ocorrendo, primeiramente o aumento da população mundial, que vem reduzindo a quantidade de água por habitante. Desde os anos 50, esta disponibilidade já foi reduzida em mais de 40%. Além disso, o desperdício e a poluição dos recursos hídricos estão contribuindo para a temida escassez.


O que a senhora acredita que deveria ser implementado para evitar que ocorra escassez de água?


O principal problema é cultural. O Brasil, por exemplo que dispõe de 11% da água doce disponível no planeta, usa e abusa do direito de desperdiçar e de poluir. É necessário um trabalho de educação e principalmente de mobilização da sociedade para proteção dos recursos hídricos e para a mudança de comportamento da sociedade em relação ao modo de cuidar da água.


O governo está se preparando para encontrar soluções para o problema?


O Governo vem fazendo a sua parte, apesar da morosidade com que as coisas ocorrem no país. O Ministério do Meio Ambiente, através da Secretaria de Recursos Hidricos, vem trabalhando na implantação de Comitês de Bacias, e apoiando ações populares efetivas como o Movimento de Cidadania pelas Águas, que objetiva colocar a questão em discussão e também dividir a responsabilidade com a população em geral. A criação da Agência Nacional de Águas (ANA), é também um passo decisivo para a agilização de ações.














Dados da pesquisa:



  • Dos 110 milhões de brasileiros que vivem nas cidades, somente 40 milhões têm rede de esgoto
  • Das reservas do planeta, apenas 1% serve para o consumo humano e boa parte já está comprometida
  • O Brasil possui 11% da água doce do planeta
  • Segundo a ONU, 50% dos países poderão sofrer de escassez permanente de água até o ano de 2.025


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