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A Internet ameaça os veículos impressos?

Autor original: Paulo Henrique Lima

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

Isso foi o que revelou uma pesquisa recém-lançada pela Fairfield Research. Profissionais que conhecem de perto os veículos on-line e impressos foram consultados pela Rets e deram sua opinião sobre o assunto.

Regina Zappa, autora da biografia de Chico Buarque e editora de conteúdo do site Tix, concorda com o resultado da pesquisa, mas alerta que, para que os meios de comunicação impressos continuem na liderança, terão que passar por algumas modificações.


"Quando a televisão surgiu também falavam que os jornais iam acabar e, no entanto, houve espaço para os dois. Acredito que vai haver, com a Internet, a necessidade de algumas mudanças para que os meios impressos continuem tendo espaço. Os jornais terão que se adaptar à agilidade dos novos tempos e investir, por exemplo, na análise e interpretação dos fatos", aposta Regina.


Segundo a jornalista Carla Rodrigues, integrante da área de operações da publicação on-line Notícia e Opinião (no.com.br), o mercado de veículos impressos nunca foi tão fértil, o que é muito positivo. A maior oferta de obras literárias acaba por chamar a atenção de mais leitores. "Não há nenhuma incompatibilidade entre a mídia virtual e a impressa. Há uma complementaridade", acredita.

A jornalista do Investshop, Catherine Vieira, acredita que os jornais têm um grande know how para cobrir matérias diárias e que não irão perder espaço para a web. De acordo com ela, a Internet será um importante meio para aprofundar ainda mais o conteúdo divulgado pela mídia impressa, já que apresenta recursos, como os links, que oferecem mais espaço para as notícias.


Regina Zappa diz ainda que além do recurso dos links, são grandes as diferenças entre o impresso e o virtual. As possibilidades de recursos da Internet são muito mais amplas, sendo possível colocar imagens em movimento, som, divulgar as notícias em tempo real e permitir um maior contato com o leitor através do correio eletrônico. Em relação à TV, Regina fala que a Internet é mais rápida e que não precisa mobilizar uma equipe para fazer matérias.


Com relação aos e-books, Catherine prevê que levará tempo para o público aderir à literatura virtual e que, quando isso ocorrer, os livros que chamarão mais a atenção dos internautas serão os didáticos. "A pessoa que gosta de literatura não vai deixar de ir à livraria e vai sempre ver o seu layout e guardar o livro consigo", diz.

Regina Zappa acredita que a grande vantagem dos e-books é o preço, já que são mais baratos do que os livros em papel. "Isso vai ser muito bom para aumentar o público que tem acesso à leitura, além de ser ótimo para os autores, que estão encontrando uma forma de atingir mais leitores e de ter mais independência das editoras", conclui Regina.


Já Carla Rodrigues diz que o e-book ainda é um projeto. "Não gosto do Stephen King e o livro de João Ubaldo Ribeiro, para mim, não é um e-book. A partir do momento em que tenho que fazer download de um arquivo pdf e imprimí-lo, deixa de ser virtual".


Para a assessora da direção da Biblioteca Nacional, Adriana Balleste, os e-books cairão no gosto dos internautas quando a conexão à Internet for mais rápida e as telas tiverem mais qualidade visual.

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