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Compromissos do Terceiro Setor

Autor original: Paulo Henrique Lima

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Além disso, foi coordenador de projetos do CEATS-USP - Centro de Estudos em Administração do Terceiro Setor da Universidade de São Paulo e atualmente trabalha no Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).


Para o autor, a emergência do terceiro setor no Brasil, nos últimos anos, representa, em tese, uma mudança de orientação no que diz respeito ao papel do Estado e do mercado, em particular, à forma de participação do cidadão na esfera pública. Ele diz ainda: "Isto tem levado à aceitação crescente da ampliação do conceito de público como não exclusivamente sinônimo de estatal: 'público não estatal'."


Diante desse crescimento, o autor ressalta que o estudo do terceiro setor ou das organizações sem fins lucrativos é, atualmente, um dos temas que mais desperta interesse nas escolas e faculdades de administração do Brasil. Segundo Andres, esse interesse é reflexo de um conjunto de tendências, como a adoção do discurso da cidadania empresarial e da responsabilidade social por parte das empresas privadas.


Para definir o terceiro setor, no uso corrente, Andres utiliza o conceito de que essa área representa a ação social das empresas ao trabalho voluntário de cidadãos, às organizações do poder público privatizadas na forma de fundações e "organizações sociais". Porém, o autor acredita que não existe um conceito rigoroso de um modelo fundamentado do terceiro setor. Com base nisso ele diz que o terceiro setor no Brasil é também "...uma idéia-força, um espaço mobilizador de reflexão, de recursos e, sobretudo, de ação".


Existe ainda no artigo o questionamento sobre a formação de administradores profissionais para o terceiro setor que, segundo Andres, deve ser modelada pelo perfil e demandas específicas das organizações e não só pela transposição de modelos e técnicas desenvolvidos no meio empresarial ou na administração pública. Com base nesse conceito, surge a questão da necessidade de haver uma capacitação tradicional, além de uma gestão capaz de oferecer respostas às expectativas do setor.


No artigo, surge uma promessa chamada terceiro setor, que Andres caracteriza como a emergência de uma entidade: "a organização privada, sem fins lucrativos, de finalidade pública e pela assunção por esta de um amplo conjunto de atividades e papéis, sustentadas pelas supostas atribuições e qualidades do terceiro setor".


Para que a promessa do terceiro setor seja viável, o autor propõe, entre outras, a seguinte solução: "... alguns valores mínimos comuns precisam estar presentes na maioria das organizações. Entre estes devem estar o compromisso com a democracia, a transparência e a tolerância, e a capacidade de convivência com valores diferentes. É necessário que os interesses e valores manifestados através da organização da sociedade civil encontrem canais institucionais de expressão".






A Rets não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados.





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