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"No Meio da Rua" vai estar no Rock’n Rio

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

"Também queremos viver,
queremos dignidade,
não queremos tudo da vida.
Só queremos igualdade."


Assim começa uma das cenas do espetáculo "No Meio da Rua", escrito e dirigido por André Câmara e montado com a colaboração de todos os professores das oficinas que funcionam no Espaço de Construção da Cultura, do Comitê Ação da Cidadania.


O texto é inspirado no livro "Tilico no meio da rua", de Rubem Rocha Filho – escritor carioca que vive em Pernambuco –, baseado numa história real. Na peça, será retratada a vida dos meninos de rua e a exploração do trabalho infantil.


André conta que está conduzindo os ensaios com muita calma, "deixando os meninos à vontade e desenvolvendo o trabalho de acordo com as respostas dos jovens. E eles têm interagido de uma forma muito saudável". O espetáculo engloba as atividades de todas as oficinas – as crianças estão confeccionando os instrumentos de percussão, haverá atividades circenses, teatro de bonecos, dança. Segundo André, a idéia é formar um artista e um cidadão completo, com várias habilidades."


Uma das características mais importantes deste trabalho é apontar alternativas. No ensaio de percussão, por exemplo, os jovens fazem música com sucata: bacias de alumínio, latas, galões plásticos. Na opinião do professor Augusto Bapt, que ensina percussão, "muitas vezes, no Brasil, se bloqueia o processo de produção por falta de coisas. Se bloqueia a emoção por falta de coisas. Na verdade, a falta é do como fazer. Sempre há uma alternativa, e aqui os próprios meninos rompem preconceitos ao fazer música com lixo".


As músicas da peça estão sendo compostas pelo maestro André Protásio, que também ensaia os meninos, nas aulas de canto.


Além de ser apresentado no Espaço de Construção da Cultura e nos Arcos da Lapa, encerrando a campanha "Natal sem Fome", o espetáculo "No meio da rua" vai ser visto no Rock’n Rio – na tenda " Por um Mundo Melhor". Divana Brandão, diretora do Espaço, conta que "já há alguns convites para que os meninos se apresentem em outros estados, mas faltam os meios. Patrocínios são bem-vindos", afirma.


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