Autor original: Flavia Mattar
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
Quais são os problemas gerados pela falta de coleta e tratamento de esgoto no Brasil? Com o intuito de responder a essa pergunta, a ong paranaense Água e Cidade acaba de lançar o Dossiê do Saneamento Esgoto é Vida. A publicação denuncia que apenas 3,4% dos domicílios brasileiros contam com rede de tratamento de esgoto e só uma pequena parcela desse percentual tem destinação final sanitariamente adequada ao meio ambiente. Dentre as conseqüencias deste quadro estão problemas de saúde da população, poluição ambiental e aumento dos custos no tratamento de água.
"A equipe responsável pelo dossiê se baseou apenas em documentos e estatísticas oficiais à prova de contestação. A distribuição da publicação é apenas o início de um programa consistente de mobilização da opinião pública. Com essa iniciativa queremos alertar a população para o fato de que 20 crianças, de 0 a 4 anos, morrem por dia devido a doenças de veiculação hídrica. Isso não está ocorrendo nos Jardins, em São Paulo, em Ipanema, no Rio de Janeiro, ou em qualquer outro bairro de alto padrão, mas merece a devida atenção", alerta Osvaldo Coni Jr., um dos coordenadores do projeto. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão associadas à falta de saneamento básico. O Jornal Folha de São Paulo ressaltou outro dado importante: a falta de saneamento básico é a principal causa de morte por diarréia de crianças menores de 5 anos, no Brasil. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) ressalta que todos os gastos com medicina curativa poderiam ser drásticamente reduzidos com o saneamento - para cada R$ 1,00 investido neste setor, economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curativa.
Além de números, o dossiê demonstra em suas 48 páginas que levar água tratada à população sem oferecer uma adequada rede de coleta e tratamento de esgoto só aumentará o problema do saneamento. Afinal, cada metro cúbico de água utilizado em uma residência, produz, pelo menos, a mesma quantidade de dejetos. Outro fato importante ressaltado na publicação é que, com a globalização, a falta de saneamento também se apresenta como um impedimento ao desenvolvimento econômico. Prova disso é o fato de que várias agências internacionais condicionam a liberação de crédito à existência de estrutura de coleta e tratamento de esgoto sanitário no município a ser beneficiado. O mesmo critério é utilizado por empresas de grande porte no momento de escolher o local onde irão investir.
Os interessados em ler o dossiê podem fazer um download da publicação ou ligar para 0800.10.7979 e pedí-la gratuitamente.
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