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Projeto Cadeira de Rodas promove reintegração social em duas vias

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

Um projeto que já distribuiu 400 cadeiras de rodas para deficientes também tem sido responsável por colocar os detentos da penitenciária de Sorocaba em contato com o mundo do trabalho, permitindo que eles atuem na fabricação das cadeiras ainda dentro do presídio. É o Projeto Cadeira de Rodas, que vem sendo desenvolvido desde 1998, numa parceria entre a Associação para Valorização de Excepcionais (AVAPE), o Rotary Clube de São Bernardo do Campo e a Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel (antiga Fundação de Amparo ao Trabalhador Penitenciário, FUNAP), entidade ligada à Secretaria da Administração Penitenciária e que atua para a recuperação social dos detentos.


Por enquanto, a distribuição das cadeiras vem sendo feita diretamente aos associados da AVAPE e às pessoas atendidas pelo Rotary. Para a próxima fase do programa, prevista para 2001, a AVAPE pretende produzir 1000 cadeiras e distribuí-las nas comunidades próximas às suas nove unidades, nos municípios de São Paulo, Taubaté, São Bernardo do Campo e Santo André. Para isso, está procurando o apoio de empresas e pessoas físicas, já que, até agora, o material para a montagem das cadeiras foi todo financiado com recursos da instituição e do Rotary, destinados às suas demais obras sociais.


Como remuneração, os detentos recebem um salário mínimo, e, para cada três dias trabalhados, têm um dia reduzido em sua pena. Por enquanto, são 40 presos trabalhando na linha de montagem das cadeiras, e, segundo a diretora executiva da FUNAP, Berenice Giannella, a oficina ainda não atingiu o nível máximo de produção, e por isso ainda não deve ser levada a outros presídios. "É uma oficina muito cara para se montar", justifica a diretora.


Para receber o auxílio da AVAPE, o deficiente deve estar cadastrado, e ser, portanto, o que eles chamam de "cliente". Apesar do termo utilizado, os associados não têm que pagar nada, devem apenas se sujeitar a uma avaliação sócio-econômica e de estado clínico. Atualmente, a associação atende a cerca de 7 mil excepcionais, atuando no tratamento terapêutico, treinamento, capacitação profissional e colocação no mercado formal de trabalho.


Empresas interessadas em apoiar o projeto, colaborando com recursos, podem entrar em contato com a organização pelo telefone (11) 4990-7666, R. 2045/2048, ou pelo correio eletrônico. Pessoas físicas podem ajudar "adotando" algum deficiente, financiando uma cadeira de rodas, no valor de R$ 225, ou parte de seu tratamento. Para isso, basta ligar para o mesmo telefone.

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