Autor original: Flavia Mattar
Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor
Ali, a palavra de ordem é arte. Não importa se por meio da música, da dança, do teatro ou de qualquer outra forma de manifestação artística. Em maio deste ano, foi fundado, na zona leste de São Paulo, o Centro Alternativo de Artes e Cidadania (CAAC). Desde sua abertura, 1500 alunos, entre mendigos, ex-internos da Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (Febem), deficientes físicos e visuais e residentes das proximidades já passaram pelo local, participando das oficinas. Ao todo, são oferecidos 25 cursos.
“O nosso objetivo é potencializar pessoas em situação de carência para que tenham a oportunidade de entrar em contato com a sensibilidade artística. Dessa forma, temos a oportunidade de transformar angústica em esperança”, acredita Max Muratório de Macedo, vice-presidente da entidade. Segundo ele, foi graças ao contato com as capacitações do CAAC que um ex-interno da Febem participou do espetáculo “Mãe Gentil”, de Ivaldo Bertazzo, recebendo remuneração e adquirindo a perspectiva de uma nova forma de vida.
Além da possibilidade de conseguir um lugar no mercado de trabalho, os alunos do centro fazem parte de produções artísticas da própria entidade. “Na maioria das vezes conseguimos um grande espaço na mídia com esses espetáculos”, alegra-se Max. A próxima apresentação ocorrerá nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, no próprio CAAC, localizado na rua Padre Adelino, 296, Belenzinho. Estarão no palco 500 atores, interpretando “Meu operário de construção”, uma adaptação de Vinícius de Moraes. A entrada é R$ 5 e será revertida para o pagamento dos professores, manutenção dos cursos e da ong.
Atualmente, 350 pessoas, entre crianças, jovens e idosos, reúnem-se semanalmente no galpão de 3000 m2, onde funciona a entidade. Participam também das oficinas crianças em liberdade assistida. “Esse galpão, no início não tinha nenhuma infra-estrutura. Hoje, graças à ajuda do trabalho voluntário, estamos passando por uma reforma”, conta Max.
Os cursos, a princípio, eram totalmente gratuitos. Com a necessidade de receita dos próprios alunos, foi criada uma contribuição espontânea. “Agora resolvemos mudar um pouco esse esquema. Nós pedimos que cada associado que fizer dois cursos de cada vez, contribua com R$ 10 por mês, até completar um ano. Caso não tenha dinheiro, poderá pagar com trabalho voluntário, latinhas, jornal, entre outras alternativas”, conclui.
Além de oferecer as capacitações em sua sede, o CAAC está aberto para visitar outras entidades para ministrar cursos e palestras. O custo varia de acordo com o trabalho que será desenvolvido.
Mais informações podem ser obtidas por e-mail ou pelo telefone (11)6096-0338 ou 66958749.
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