Arte em prol do meio-ambiente

Autor original: Flavia Mattar

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

Enquanto o Centro Alternativo de Artes e Cidadania (CAAC) dedica-se a integrar os excluídos da zona leste de São Paulo, a organização Arte e Cidadania dedica-se à zona oeste do município. Em uma parceria com o Instituto Paulo Freire, foi criado o Núcleo Oeste de Educação Ambiental. A idéia é utilizar a arte para mostrar à população a importância de refletir e agir para preservar o meio-ambiente.

"Acreditamos que a arte e a educação são os grandes fenômenos culturais que podem transformar a realidade social no próximo milênio e estimular o ser humano para que exerça sua cidadania local e planetária", opina Gabriel Guimard, diretor artístico da organização Arte e Cidadania. Segundo ele, a zona oeste de São Paulo, assim como todas as regiões periféricas do município, são áreas carentes não só de políticas culturais como de políticas sociais.

A Arte e Cidadania contribui com o Núcleo Oeste de Educação Ambiental no sentido de elaborar seus princípios, diretrizes e planos de ação. "Atuamos dentro de uma democracia, com todos os segmentos da sociedade civil e do poder público daquela região. Isto significa ouvir e dialogar com todos os setores para que as ações e projetos não caiam em cima da população sem que ela tenha tido participação", conta Gabriel.

O diretor conta que, no IPF, está envolvido em divulgar por meio de eventos a Carta da Terra, instituída paralelamente à Agenda 21, em 1992. O documento tem como meta, a partir do ano 2002, ampliar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, estabelecendo um código de ética para a relação entre os homens e entre a humanidade e o planeta. "A grande diferença é que a Carta da Terra foi instituída por vários segmentos da sociedade civil, enquanto a Agenda 21 foi assinada por burocratas do poder", explica. Outro projeto dentro do IPF é o "Escola Cidadã", que vai ser implementado em duas escolas na periferia de Osasco. É um projeto que vai durar dois anos e conta com o patrocínio do Instituto C&A.

"O projeto basicamente procura servir como articulador entre alunos, professores e a comunidade, proporcionando construir relações mais humanas entre esses segmentos. Quando escutamos as necessidades desses indivíduos, estimulamos sua auto-estima, sua confiança, sua capacidade de auto-expressão e expressão grupal por meio de veículos como as manifestações artísticas e os processos pedagógicos de Paulo Freire. Acreditamos que, desta forma, naturalmente atingimos o meio ambiente, a escola, o entorno daquelas escolas, e promovemos a sensibilização para a consciência ambiental  planetária. Nosso conceito de meio ambiente não se restringe a salvar as matas, a natureza e os animais da extinção, mas sobretudo "salvar o homem da extinção" e dar condições materiais e imateriais para que ele possa desfrutar com o máximo de plenitude, as belezas e experiências que a vida e a natureza podem oferecer", conclui Gabriel.

Mais informações sobre a Arte e Cidadania podem ser obtidos por e-mail.