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Luta contra o analfabetismo digital

Autor original: Flavia Mattar

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

O Instituto Ayrton Senna (IAS) está cheio de planos para ver as escolas da rede pública a 2000 por hora. Para isso está doando, através de um concurso, equipamentos para que as escolas montem seus laboratórios de informática, com acesso à Internet e consultoria pedagógica. O concurso foi criado há um ano e, junto com ele, foi lançado o site Sua Escola a 2000 por Hora. A princípio, a proposta do site era facilitar as inscrições das instituições de ensino interessadas em concorrer. A grande novidade é que este site foi reformulado e hoje é uma fonte de conteúdo para todos aqueles que se interessam pelo tema tecnologia educacional.


"Antes, nós divulgávamos no site apenas informações sobre o concurso. Agora ele está mais interativo. Os estudantes e os professores de escolas ou universidades podem visitá-lo para ler textos sobre o uso da tecnologia na educação, para participar de chats e fóruns de discussão. Além disso, divulgamos as experiências das escolas vencedoras do concurso, o que é um exemplo vivo de como a tecnologia pode melhorar as condições de ensino", explica Adriana Martinelli, coordenadora do programa Sua Escola a 2000 por Hora.


Segundo Adriana, os fóruns contam com a participação de especialistas que estimulam e aprofundam as discussões. Atualmente existem 10 assuntos sendo debatidos virtualmente. "Esses fóruns são importantes pois, além de serem fontes de informação sobre tecnologia educacional, debatem o dia a dia das escolas e trazem dicas, como por exemplo, uma solução interessante para uma classe cujo número de alunos é maior do que o número de computadores, ou como incluir a informática nas disciplinas", conta a coordenadora do projeto. Os chats ainda não estão em funcionamento, mas a idéia é que sejam convidados regularmente especialistas da área para a realização de bate-papos virtuais.


"Com o concurso e com o site queremos repensar a relação ensinar-aprender, verificar como a tecnologia beneficia o aprendizado. No fundo estamos, com essas iniciativas, realizando uma grande pesquisa sobre o assunto tecnologia educacional. Essa área é muito nova, ainda está em construção", avalia. Algumas coisas já puderam ser percebidas com as experiências das escolas premiadas pelo concurso. "Os professores são muito mais resistentes à tecnologia de informação. O aluno é mais rápido no aprendizado e mais aberto à novidade. Isso faz com que, muitas vezes, o aluno se torne o professor de seu mestre, ocorrendo assim uma grande troca entre ambos. Outra coisa interessante é o fato de que os laboratórios de informática devem ser de fácil acesso para o aluno. Se não houver burocracia para o seu uso, toda a escola acaba criando o hábito", conta Adriana.


Apesar da grande maioria dos jovens do ensino fundamental e médio - entre 12 e 20 anos - nunca ter entrado em contato com as tecnologias de informação fora da escola, eles não estão encontrando muitas dificuldades com a novidade."Alunos de escolas diferentes estão se comunicando através de fóruns criados somente para eles e, alguns estão realizando boletins virtuais. Isso é importante pois a informática é uma ferramenta do mundo. Não há como fugir disso", conclui.

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