Autor original: Flavia Mattar
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
A Rets esteve presente ao ato público em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, realizada na Cinelândia, no dia 11 de dezembro. O evento teve como foco a violência policial. Algumas instituições presentes deram o seu depoimento sobre quais seriam as causas das agressões cometidas por policiais e qual a melhor forma de evitar o problema.
"Uma forma de minimizar o problema seria investir em pesquisas sobre o perfil do policial e sobre as causas da violência. Não adianta só punir. É preciso avaliar. O Instituto de Estudos da Religião (Iser) tem se dedicado a uma análise desta questão. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também tem um projeto, apoiado pela Fundação Ford, de verificar o impacto da violência no exercício da função policial", avalia Lígia Celina dos Santos, Diretora de Interesse de Classe da Coligação de Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo ela, o policial é fruto do meio em que vive. Sendo a violência legítima para o cidadão comum, ele se sente também impulsionado a cometê-la, já que também passa por dificuldades. Dessa forma, seria preciso aumentar a auto-estima da categoria, implementando políticas públicas que possibilitem melhores condições de trabalho e de salário. Além disso, são necessários mais qualificação e uma política de atendimento psicológico, o que não existe atualmente.
A Frente de Luta Popular também esteve presente ao evento protestando contra o uso da força policial contra os movimentos populares: "A polícia defende uma estrutura de exclusão social", afirma Sérgio Moraes. "Os movimentos populares são criminalizados. Estou há dez anos atuando neste meio e já recebi várias ameaças de morte", denuncia André Fernandes.
"Nós não estamos contra a policia. Simplesmente somos a favor dos direitos dos cidadãos. Aumentando a consciência sobre o que é o direito de cada um, nós estamos fazendo a nossa parte. Resolver o que está errado nas instituições policiais é uma tarefa do Estado", diz Ivanir dos Santos, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap).
"Nós estamos aqui para chamar a atenção para as agressões contra a população carente. Acredito que a educação é a melhor arma contra a violência policial. Esse profissional deve passar por projetos educacionais e a população precisa ter noção dos seus direitos de cidadão", avalia Ierê Ferreira, coordenador de Imagem do Grupo Afro Reggae.
"O policial, quando comete um ato de violência, comete um duplo ato de violação: tanto como cidadão, quanto como agente da lei. Acredito que são necessárias ações do poder público para combater a impunidade do policial e de outros agressores; investimento na formação e preparo do agente policial; e fazer com que a justiça funcione", conclui o padre Pierre Roy, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos e da plataforma Interamericana de Direitos Humanos.
Contatos:
Coligação de Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro
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Ceap
Http://www.alternex.com.br/~ceap
Afro Reggae
Http://www.afroreggae.org.br
Fundação Ford
http://www.ford.org/
Fiocruz
http://www.fiocruz.br/
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