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A Internet no orelhão

Autor original: Maria Eduarda Mattar

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor






A Internet pode contribuir para diminuir as diferenças sociais, culturais e educacionais? Pode criar suporte de participação, promoção da democracia e exercício efetivo da cidadania? Como evitar que as novas tecnologias aumentem ainda mais o abismo social, especialmente no Brasil? Essas são algumas das questões que o Projeto Online Cidad@o pretende ajudar a responder.


Desenvolvido pelo Centro de Educação em Informática (CEI), o projeto consiste na instalação de gabinetes de acesso gratuito à Internet, onde qualquer cidadão poderá consultar a grande rede. Basta fazer um cadastro nos locais de acesso, com nome e identidade. Cada internauta terá direito a 30 minutos de acesso em gabinetes especialmente projetados, os orelhão.com. O projeto já tem até um site, onde é prestado auxílio a quem ainda não sabe acessar a web. Ali também estão disponíveis dicas para quem já conhece um pouco este universo.


O Online Cidad@o está na fase de “pilotagem”, etapa em que estão sendo instalados sete gabinetes em três locais da Rede Senac: quatro na sede do SENAC-SP, dois no Centro de Educação Comunitária para o
Trabalho e um na Faculdade Senac de Ciências Exatas e Tecnologia. Esta fase durará de 60 a 90 dias, “período em que o projeto estará sendo testado, mapeando-se os problemas detectados e as adaptações necessárias”, explica Lígia Barata, colaboradora da iniciativa. O primeiro gabinete foi instalado na sede, no último dia 7. A próxima etapa será a expansão interna, ou seja, instalação de novos pontos de acesso nas demais unidades do Senac em São Paulo. Pretende-se instalar dois pontos em cada uma das 50 unidades do estado. Com base na circulação diária de pessoas nas unidades, os organizadores estimam possibilitar o acesso de 105.280 pessoas à Internet, por mês.


Depois de consolidado internamente, o projeto parte para a expansão externa, com lançamento previsto para março de 2001. Essa etapa será em grande parte viabilizada ela Rede Social que o Senac pretende formar. Essa rede deverá envolver cerca de 500 organizações da sociedade civil, ongs, fundações e outras instituições. “As entidades ajudarão no processo de expansão e de consolidação em todo o país, seja disponibilizando espaços, seja como patrocinadoras ou prestando qualquer outro tipo de ajuda” - afirma Lígia. A previsão é de que se chegue a 1 milhão e 225 mil atendimentos diretos até o término de implantação do projeto, previsto para daqui a dois anos.

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