Autor original: Graciela Baroni Selaimen
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
Os números do relatório do Unicef apresentam um panorama animador quanto à situação da criança brasileira, mas ainda evidenciam disparidades no país. Um exemplo são os índices de mortalidade infantil. O índice brasileiro, que em 1990 era de 47,8 mortes para cada mil crianças nascidas vivas, chegou a 36,1 em 1998, de quando data o último dado disponível. Ainda assim, as disparidades entre regiões - e até entre municípios de um mesmo estado - são alarmantes. Enquanto o Rio Grande do Sul tem taxa de mortalidade infantil de 19,4 e Santa Catarina tem índices de 23,1 mortes em cada mil crianças nascidas, na outra ponta estão os estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, com índices de 61,8, 64,6 e 71,9 por mil, respectivamente.
Entre outras conquistas brasileiras, está a redução da prevalência do baixo peso o nascer. Em 1989, de cada 100 crianças brasileiras que nasciam, 10 pesavam menos de 2,5 quilos. Em 1996, esse índice foi reduzido para 9,2%. Outra taxa que cresceu significativamente, no mundo todo, foi a de imunização contra doenças infecto-contagiosas. Em 1994, a Organização Pan-Americana da Saúde concedeu ao Brasil o certificado de erradicação da poliomielite. Em outubro de 2000, enquanto o país concentrava-se no esforço para eliminar o sarampo, a Organização anunciou a iminência da erradicação da doença em todo o continente americano.
Apesar das recentes e constantes melhorias no Brasil, ainda é pouco, segundo o Unicef:
- O problema do Brasil é que ele tem um conjunto de indicadores sociais abaixo do que poderiam ser. Não correspondem ao avanço econômico e industrial em que se encontra o país atualmente. Ainda são enormes as disparidades entre regiões e a presença dos bolsões de pobreza - considera a oficial de comunicação, Rachel Mello, ao lembrar de casos como o do Chile e da Argentina, que, em condições de desenvolvimento semelhantes às do Brasil, têm taxas de mortalidade infantil muito inferiores: 19 e 11 por mil, respectivamente. "Com a renda per capita que o Brasil apresenta, a taxa de mortalidade poderia ser muito mais baixa", garante Rachel.
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