Pesquisa da Fundação Itaú Social com o Instituto Fonte, em parceria com o Instituto Paulo Montenegro e a realização do IBOPE Inteligência, constatou que a grande maioria das ONGs brasileiras adota a prática de avaliar seus projetos sociais. O estudo conduzido pelo Ibope aponta que 91% delas fizeram pelo menos uma avaliação de programa ou projeto nos últimos cinco anos. O levantamento teve como objetivo mapear a incidência da prática de avaliação, métodos utilizados e conhecer as motivações, desafios e tendências da avaliação de projetos e programas sociais no Brasil.De maneira geral a visão das organizações sobre a função da avaliação de projetos aponta que a prática apoia a gestão e a tomada de decisões, ajuda a corrigir rumos, identificar erros e acertos, verificar a realização de objetivos, mostrar resultados no público do projeto e gerar credibilidade.Para o vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antonio Matias, o estudo revela que houve uma mudança de paradigma. “No passado, realizar a ação social bastava, não se dava importância em avaliar os resultados de seus próprios projetos. Isso mudou”, diz.Mesmo com o avanço, os dados sobre a motivação mostram que ainda há espaço para amadurecimento. Apenas 26% das ONGs ouvidas encaram a avaliação como ferramenta estratégica no planejamento e aprendizagem do próprio projeto; 33% delas veem a iniciativa como ferramenta de promoção de seus projetos, 18% como obrigação formal e burocrática e 23% como desperdício de tempo e de recursos.Segundo Daniel Brandão, um dos coordenadores da pesquisa pelo Instituto Fonte, nota-se uma expressiva parcela da amostra (41%) atribuindo à avaliação características formais ou de desperdício de tempo. “Atuar para fortalecer o sentido e a utilidade da avaliação junto a essas organizações é fundamental para ampliar a potência desta atividade na gestão estratégica do campo social”, afirma.Entre as participantes, entretanto, 80% atribuíram importância máxima à avaliação de projetos, em uma escala de zero a dez. A média atribuída à importância da avaliação dentro do universo pesquisado foi 9,4. Consultadas em relação ao que pretendem fazer no futuro, 96% responderam que planejam avaliar suas ações.Para os realizadores da pesquisa, o resultado indica que a importância da avaliação está consolidada, não há mais necessidade de advogar pela relevância dessa prática entre as organizações que atuam no Brasil. O desafio agora está na qualificação das avaliações.Segundo Matias, o fortalecimento da cultura de avaliação no Brasil é essencial para que as avaliações sejam usadas como instrumentos de gestão e possam aprimorar os investimentos sociais. É também uma forma de dar transparência e eficiência ao uso dos recursos. “Quanto mais avaliarmos as políticas e os programas sociais de organizações privadas, ONGs e governos, melhor preparados estaremos para enfrentar adequadamente os desafios sociais do país”, afirma.De maneira geral a visão das organizações sobre a função da avaliação de projetos aponta que a prática apoia a gestão e a tomada de decisões, ajuda a corrigir rumos, identificar erros e acertos, verificar a realização de objetivos, mostrar resultados no público do projeto e gerar credibilidade.No universo pesquisado, observa-se que as avaliações são em geral conduzidas por equipes internas – 85% utilizaram equipes internas e 22% avaliadores externos, sendo que em alguns casos houve trabalho de equipes mistas.Os principais desafios apontados pelos que avaliam projetos são, nessa ordem, a construção de indicadores, o envolvimento dos públicos do projeto na avaliação, o desenvolvimento de instrumentos, a coleta de informações, a análise dos resultados e a captação de recursos.Pode-se concluir que existe uma necessidade premente de qualificar tecnicamente os avaliadores, investir em pesquisas nessa área do conhecimento, formar profissionais capacitados para executá-las, bem como trabalhar com modelos participativos.Abrangência nacionalA pesquisa teve abrangência nacional, sendo representativa do universo das organizações da sociedade civil brasileira. Foram realizadas 363 entrevistas eletrônicas no período de julho a setembro de 2009. Os resultados ponderados mostram a seguinte representação geográfica: 53 % da Região Sudeste; 21% da Região Sul; 14% da Região Nordeste; 8% da Região Centro Oeste e 4% da Região Norte.Com relação ao tipo de atuação observa-se que 58% das organizações atuam somente com a execução de projetos, 40% com execução e financiamento e 2% somente com financiamento.A íntegra da pesquisa está disponível nos sites www.fundacaoitausocial.org.br e www.institutofonte.org.br.Sobre a Fundação Itaú SocialA Fundação Itaú Social tem como objetivo central formular, implantar e disseminar metodologias voltadas à melhoria de políticas públicas na área educacional e à avaliação de projetos sociais. Sua atuação se estende por todo o território brasileiro em parceria com as três esferas de governo, com o setor privado e com organizações da sociedade civil. As propostas desenvolvidas e apoiadas têm como foco a leitura e escrita, a educação integral, a gestão educacional, a ampliação das oportunidades de inserção social da juventude e a disseminação da cultura de avaliação econômica de projetos sociais.Sobre o Instituto FonteO Instituto Fonte é uma organização da sociedade civil brasileira, sem fins lucrativos, que busca potencializar a atuação de iniciativas sociais em prol do desenvolvimento, através da consultoria, de publicações e pesquisas e da formação de gestores e profissionais de desenvolvimento.
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