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Um pouco do Brasil retratado pelo atlas

Autor original: Flavia Mattar

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Entre os principais pontos ressaltados pelo novo Atlas Nacional do Brasil estão a biodiversidade, informatização, ocupação de terra, Aids, e a ameaça da plantação de soja à floresta da região Amazônica.


Biodiversidade


O Brasil é rico em sua biodiversidade, recursos hídricos e se destaca pelo tamanho do território e da população. Com relação à riqueza de sua flora, só perde para a Indonésia e para a África do Sul. Na distribuição dos recursos hídricos, ressalta-se o grande volume de água doce, onde se encontram espécies das mais diversas. No Rio Solimões, por exemplo, vive tranqüilamente o tubarão tipo cabeça-chata. Já no litoral brasileiro, o peixe serra não tem tido a mesma sorte. É alto o risco de extinção da espécie. O mesmo acontece com o lobo-guará, a onça pintada, o mico-leão dourado, a baleia jubarte, a ararinha azul e os mutuns. Um ponto importante a ser ressaltado é a devastação: na Amazônia Legal 47% da área de floresta estacional decidual (um tipo de vegetação específica da região) foi eliminada em apenas 15 anos. Entre 1976 e 1991, a Amazônia passou de 3% de área desmatada para 16%. O técnico do IBGE, Ricardo Braga, afirma que, se continuar neste ritmo, em 20 anos a floresta estará totalmente destruída.


Informatização


O Brasil apresenta um número baixo de usuários – 1 a 10 por mil habitantes –comparável a índices de países da África. Em 1991, o país tinha apenas uma conexão da Internet com os EUA. Já em 1999, as conexões sobem para cinco e ganham mais velocidade. No ano 2000, todas as capitais brasileiras já estão interligadas à rede e a novidade é a Internet 2, com linhas de alta velocidade destinadas principalmente a universidades e instituições de pesquisas. A Região Sudeste concentra 58% dos provedores de Internet do país, sendo que a cidade de São Paulo responde por 12%, vindo em seguida o Rio, com 8%. O estudo revela que o Amapá é o único estado que não tem provedor.


Ocupação de terra


De acordo com dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), houve um crescimento no número de famílias assentadas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Em 1998, 76 mil famílias viviam em acampamentos rurais. A década de 90 começou com apenas 8.234 famílias acampadas, concentradas principalmente na Região Sul do país. Ou seja, de 1990 para 1998 o número de famílias que vivem em acampamentos registrou um aumento de 828%.


Aids no Brasil


Santos, em São Paulo, tem o maior número de casos de transmissão de Aids no Brasil por drogas injetáveis. Entre 1996 e 1997 foram registrados 1.498 casos. Em Campinas, o número baixa para 617; em Ribeirão Preto, para 681; e em São José do Rio Preto, para 501. Logo em seguida vem o litoral de Santa Catarina - Itajaí apresenta 241 casos e Florianópolis está com 218. Quando se fala em transmissão da doença por via sexual, mais uma vez a cidade de São Paulo lidera o número de casos – ao todo são 16.147, entre 96 e 97, seguida pelo Rio de Janeiro com 6.377.


Soja ameaça floresta na região Amazônica


Em 1975, a plantação de soja estava restrita à Região Sul, principalmente ao Paraná. Em 1980, cresce para a região Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso do Sul. Em 1985 já ocupa também o oeste da Bahia e, em 1995, chega ao sul do Piauí. Finalmente, em 1996, podemos verificar nos mapas que a produção de soja atinge o limite da região Amazônica e já constitui uma ameaça concreta de penetração nas áreas de domínio desta floresta.

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