Autor original: Flavia Mattar
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
Muita piada, risos e diversão marcaram a comemoração dos oito anos de existência da ong Grupo Cultural Afro Reggae. Mas o maior motivo de orgulho do evento, realizado na noite de 22 de janeiro, no Rio de Janeiro, foi o lançamento do primeiro CD da Banda AfroReggae, formada por 17 jovens da comunidade de Vigário Geral.
"Esse é um feito inédito, pois pela primeira vez na história do Brasil uma banda vinda da favela, criada por uma ong, conseguiu lançar um CD por uma multinacional da área fonográfica, que é a Universal Music", alegra-se o coordenador executivo da ong Afro Reggae e diretor geral da banda, José Júnior.
O CD já está à venda em todo o Brasil. Os ouvintes irão encontrar uma mistura de ritmos musicais. Segundo José Júnior, 30% dos recursos gerados com o lançamento do CD serão destinados para trabalhos sociais realizados em Vigário Geral, na Cidade de Deus (em Jacarepaguá) e na comunidade de Cantagalo (em Copacabana). Entre os projetos a serem beneficiados estão oficinas como as de percussão, grafite e guitarra, além de iniciativas nas áreas de saúde e educação. O principal objetivo é desviar os jovens do caminho do narcotráfico e do subemprego.
"Não temos a menor ilusão de que todos serão artistas, até mesmo porque isso inflacionaria o mercado. A nossa intenção é que, através do entretenimento, nós possamos gerar recursos para financiar outros projetos sociais", conta.
Uma das idéias da organização é pagar uma universidade particular para jovens que não tiverem a oportunidade de cursar uma instituição pública. "Além de custear a universidade, queremos dar uma ajuda de custo para que esses jovens não precisem trabalhar e possam desenvolver os seus estudos como qualquer outro jovem de classe média", conta.
Atualmente, cerca de 600 adolescentes são beneficiados de forma direta pelo Afro Reggae. Isso ocorre graças a parcerias com outras ongs, empresas e artistas. O evento contou com alguns desses parceiros, que têm colaborado com a ong. Entre os presentes estavam o cantor Lenine e o jornalista Waly Salomão. Esses e outros convidados foram homenageados com o Prêmio Orilaxé, que em iorubá significa "a cabeça tem o poder da transformação".
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