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Cadernos de Cooperativismo Popular

Autor original: Felipe Frisch

Seção original: Novidades do Terceiro Setor






"Garantir uma gestão com ampla participação democrática". É com esse princípio, defendido em toda a obra, que começa um dos capítulos do segundo volume dos Cadernos de Cooperativismo Popular, que tem como título "As Atribuições do Gestor de Cooperativas Populares no Século XXI". Lançada em janeiro, o caderno faz parte de uma coleção que vem sendo publicada pela Assessoria e Planejamento para o Desenvolvimento (Asplande) e pela organização CooperAção, do Rio de Janeiro.


A idéia das instituições organizadoras é que os temas sejam trabalhados e discutidos com lideranças das comunidades e futuros gestores, para que estes possam atuar como capacitadores e multiplicadores do conhecimento em suas comunidades. Distribuídos em quatro partes, os textos são mais reflexivos do que técnicos. A edição ainda conta com o apoio do Centro de Assessoria ao Movimento Popular (Campo) e da Ashoka.


Os primeiros assuntos abordados são, respectivamente, "As Características do Trabalho no Mundo Atual" e as "Cooperativas Populares como uma Alternativa ao Fim do Emprego". De um modo geral, tratam do fim do emprego formal no mundo, "uma onda para a qual os trabalhadores não estão preparados e que justifica o 'boom' do cooperativismo", disse a autora do caderno, Dayse Valença, em entrevista à Rets.


A terceira questão levantada é a "Educação Empresarial Cooperativista Popular". De acordo com a autora, é ponto fundamental o aprendizado, mas também a "adequação das formas de capacitação dos membros da cooperativa numa linguagem acessível. As formas e instituições convencionais não dão conta do aprendizado para essas pessoas", diz, e lembra que as cooperativas populares são formadas por gente "com, no máximo, o primeiro grau completo".


É no último capítulo, no entanto, que aparecem os modelos organizacionais da cooperativa popular de uma forma mais técnica. Em "As Atribuições Requeridas ao Desempenho da Função de Gestor de Cooperativas Populares do Século XXI", estão descritas as atribuições do gestor: a figura eleita para o cargo gerencial. A idéia é sempre estimular a ampla participação dos membros em todas as etapas e decisões, através de uma assembléia em que todos têm poder de voto igual.


- Queremos mostrar que é muito mais interessante montar uma cooperativa pequena, com no máximo 50 pessoas, que facilite o controle dos participantes e o encontro entre as pessoas. Só a partir desse modelo pode haver uma transformação - considera a autora, que não poupa críticas aos modelos convencionais de cooperativas. Ela os separa em: tradicionais, as que são formadas por trabalhadores, mas onde ainda há uma relação de poder semelhante à de patrão/empregado; e as "coopergatos", que são formadas por empresários em função de seus interesses privados, com o simples objetivo da diminuição dos encargos e aumento dos lucros.


Para adquirir um exemplar do segundo volume dos Cadernos, basta entrar em contato com a Asplande, através do telefone (21) 225-0259 ou por correio eletrônico: asplande@globo.com.
O preço da publicação é R$ 9,00, incluídas as despesas de correio.

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