Autor original: Graciela Baroni Selaimen
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
O software livre vem conquistando a cada dia mais adeptos no mundo todo. Segundo o IDC (Instituto de Pesquisas Norte-Americano), a plataforma Gnu/Linux é usada em 20% de todos os computadores da rede mundial e sua utilização cresce na proporção de 24% ao ano. No Brasil, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que este sistema operacional já é utilizado por 16% das empresas brasileiras e por 56% dos provedores de acesso à Internet. Observando este panorama, percebe-se que o software livre veio para ficar e tende a se fortalecer como uma alternativa aos softwares proprietários.
Motivos para isso não faltam. As características técnicas dos softwares livres já bastariam para consolidá-los como uma opção cada vez mais vantajosa para o usuário: a disponibilidade de seus códigos fontes proporciona liberdade ao usuário para – além de simplesmente utilizar os programas para qualquer propósito – estudar seu funcionamento, adaptá-lo às necessidades individuais e redistribuí-lo (mesmo após modificado), num compartilhamento democrático de informação e conhecimento. Além disso, a quantidade de softwares livres disponíveis gratuitamente na Internet é enorme.
Mas a diferença entre os softwares livres e os softwares proprietários vai além das questões técnicas: envolve toda uma filosofia de propriedade, uso e disseminação da informação que passa por conceitos de ética e democracia. A grande maioria dos softwares livres utiliza o conceito de copyleft – um jogo de palavras para expressar uma idéia que se contrapõe ao copyright: pode-se dizer que o copyleft é o “deixar copiar”, enquanto o copyright garante a propriedade e o direito de cópia de um bem artístico ou intelectual. A filosofia do copyleft é a de que a informação é um bem e um direito de todos, que deve ser de domínio público.
A experiência brasileira mais significativa no uso de softwares livres vem do Rio Grande do Sul. Lá, o Governo do Estado lançou o Projeto Software Livre RS em maio do ano passado, durante o 1º Fórum Internacional Software Livre 2000. Através da Companhia Estadual de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs), o governo propôs um grande movimento em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre para instituir o uso dos softwares livres em todo o estado. Assim, foi criada uma rede de laboratórios para o estudo do Gnu/Linux e demais softwares livres, além de elaborados um curso de suporte para estas ferramentas e um Consórcio Editorial para a publicação de livros, apostilas e outros materiais sobre o assunto. O projeto também prevê a realização de um grande evento anual – o Fórum Internacional Software Livre. Este ano, o Fórum acontece nos dias 29, 30 e 31 de maio.
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