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O cinema vai entrar na onda da web?

Autor original: Flavia Mattar

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

Desde que a Internet foi lançada têm surgido muitas novidades no espaço virtual. Uma delas é o cinema, que começa a dar os seus primeiros sinais de vida na web. Graças à chegada da banda larga, que garante mais velocidade nas conexões, sites comerciais internacionais e brasileiros têm se animado em comprar essa idéia. E as organizações do terceiro setor não ficam atrás. A Cooperativa Fora do Eixo Filmes pretende produzir um longa metragem para ser exibido na Internet e, assim como o Cineduc, dá um depoimento sobre as vantagens e desvantagens dessa nova onda da Internet.


"Nós já tínhamos realizado alguns trabalhos em digital, mas nada direcionado, em sua origem, para a Internet. Hoje, estamos estudando a possibilidade de produzirmos um longa para ser lançado na web. É claro, as pessoas só poderão baixar um arquivo desse tamanho com a banda larga. Por enquanto nem curta metragem estamos conseguindo baixar direito", conta Frederico Cardoso, presidente da cooperativa. Segundo ele, tudo caminha para a veiculação do cinema na Internet: "é uma maneira de vermos nossas produções espalhadas pelo mundo com uma velocidade impressionante. O problema, no Brasil, é a qualidade da imagem e o ‘peso’ dos trabalhos, o que ainda impossibilita a veiculação. Repito, ainda", acrescenta.


Marialva Monteiro, secretária-executiva do Cineduc – Cinema e Educação, organização que trabalha pela formação de uma platéia mais participante e crítica diante do cinema e dos meios audiovisuais em geral, acredita que todo o avanço da tecnologia é benéfico. "A veiculação de filmes online é muito útil para todos nós, professores, pesquisadores e amantes do cinema. A maior vantagem, ao meu ver, é o acesso domiciliar ou em pequenos grupos em bibliotecas", diz.


Mas nem tudo são flores. Existem também desvantagens na veiculação do cinema na web. "São poucos os cidadãos de baixo poder aquisitivo que possuem Internet, ou seja, há um uso elitizado. Além disso, a reprodução ainda é precária, tanto da imagem quanto do som. Não acredito, também, que essa seja uma forma de democratizar o cinema. Antes é preciso aumentar o número de exibições de filmes nacionais nas salas de cinema", acredita Marialva.


Frederico concorda com o fato de que uma minoria da população terá acesso à novidade. "Essa minoria já vai ao cinema assistir a filmes. Democratização passa por várias outras coisas: distribuição de renda, qualidade de vida e oportunidades iguais para todos, principalmente. No Brasil, isso não acontece". Outra desvantagem, segundo ele, é o fato de que a tela do computador, assim como a da TV, nunca chegará à magnitude da telona do cinema.

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