Autor original: Graciela Baroni Selaimen
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Mas, o que se tem para comemorar? Para grupos como o Ser Mulher, o SOS Corpo, o Cfemea, o Cemina, a Redeh, o Fórum de Mulheres do Rio de Janeiro, o Fórum de Mulheres de Pernambuco e as Mulheres do MST ainda há muito o que conquistar em relação aos direitos femininos. Dados colhidos no Estado de São Paulo apontam para uma realidade preocupante: as mulheres já são 30% dos chefes de família e, no entanto, ganham em média 65% do valor dos salários pagos aos homens; a cada quatro minutos, uma mulher é vítima de agressão, sem distinção de classe social. Para mudar essa realidade, grupos do Brasil inteiro estão se articulando a fim de, na próxima semana, apontarem para toda a sociedade brasileira os temas que são fundamentais para se alcançar equilíbrio nas relações entre gêneros.
O índice de mulheres que morrem por complicações no parto no Brasil é semelhante ao dos países mais pobres da América Latina. Mulheres negras recebem em média a metade da remuneração recebida pelas brancas. Tomando esses e outros dados como base, a Sempreviva Organização Feminista propõe alguns tópicos para debate acerca dos direitos das mulheres: programas de prevenção e combate à violência sexual; auxílio-maternidade para mulheres desempregadas ou trabalhadoras informais; legalização do aborto, com atendimento da rede pública; FGTS para as trabalhadoras domésticas; aposentadoria para as trabalhadoras rurais, entre outras aquisições consideradas necessárias. No dia 8, às 15 horas, a entidade estará à frente de um ato público e uma passeata realizada a partir da Praça Ramos de Azevedo, em São Paulo, capital.
No Rio de Janeiro, o Fórum de Mulheres do Rio de Janeiro elaborou uma programação conjunta de debates e comemorações que se estende pela semana inteira. No dia 5, às 10 horas, será realizado um café da manhã na Cinelândia. Até o dia 9 de março estará montada uma tenda no local com diferentes atividades todos os dias. Ali, também estará em exibição um painel sobre a violência contra as mulheres, aberto a todas as entidades que queiram participar. Uma aula pública sobre “Dívida externa e seu impacto na vida das mulheres” está marcada para o dia 6, ao meio-dia. No dia seguinte, acontece a marcha das Mulheres Sem Terra, saindo do mesmo local, às 9 horas. Já para o dia 8, às 16 horas, está programada uma grande passeata, aberta a todas as mulheres dispostas a se unir na luta por seus direitos. A concentração será na Candelária, de onde as participantes caminharão até a Cinelândia. Fechando o dia, acontecerá um show de artistas e cantoras - já confirmaram presença o grupo Roda de Saia, Regina do Cavaquinho e a cantora Dorina de Souza.
Quem foi que disse que tapinha não dói?
O Centro de Pesquisa da Mulher (Cemina) e a Redeh levarão para a Cinelândia uma equipe de reportagem do programa Fala Mulher, que normalmente é veiculado pela Rádio Bandeirantes. Através de um estúdio com possibilidade de transmissão de pequeno alcance, o Cemina vai veicular ao longo do dia uma campanha com uma série de spots para deixar claro que “tapinha dói, sim, e deixa marcas nem sempre visíveis” como defendeu Denise Viola, produtora do programa. A idéia é utilizar trechos de músicas que incitam à violência e desrespeitam as mulheres - ainda que num tom de brincadeira.
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