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Deficientes: dupla exclusão?

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

O aparecimento dos sites dedicados a portadores de deficiência não acompanha o crescimento vertiginoso da Internet no Brasil. E isso não seria uma tarefa difícil, além de não gerar ônus extra, desde que os critérios da acessibilidade na web fossem usados no momento da criação da homepage.


“Porém, para que um dia isso seja uma realidade, é preciso, antes de mais nada, difundir o uso e a garantia de acesso à Internet a todos os segmentos da sociedade civil, ou seja, democratizar e socializar o uso das ferramentas de informática, a partir de computadores instalados em espaços e escolas públicas”, acredita Jorge Márcio Pereira de Andrade, criador e responsável pelo site Defnet e presidente do Centro de Informática e Informações sobre Paralisia Cerebrais. Segundo ele, a grande maioria dos sites pioneiros nasceram de iniciativas pessoais ou de pequenos grupos de portadores de deficiência e as grandes instituições de deficientes, só recentemente passaram a integrar o mundo virtual.


Na opinião de Marta Gil, da Rede SACI, são muitas as razões para o reduzido número de sites adaptados. “Existe a questão da falta de conhecimento sobre a acessibilidade na web, mas também o fato de que são poucos os portadores de deficiência que têm acesso à Internet, uma vez que gastam muitos recursos para reabilitação, aparelhos, equipamentos e etc, faltando condições financeiras para que possam integrar o mundo da informática. Além disso é possível ressaltar o fato de que apenas 6% dos brasileiros têm acesso à web”, relembra.


Uma das coisa que, atualmente, faz com que haja uma movimentação para a adaptação de sites é, segundo Jorge Márcio, a constatação de que as pessoas com deficiência são cidadãos conscientes e participantes da Sociedade da Informação. Além disso, passam a ser mais um nicho de mercado, usuários do e-commerce e consumidores de outros serviços oferecidos na web.

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