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Paraty joga limpo

Autor original: Felipe Frisch

Seção original: Novidades do Terceiro Setor







No último dia 9, a Igreja de Santa Rita, em Paraty, RJ, foi palco de um marco ecológico na história da cidade. Foi lançado, pela Fundação SOS Mata Atlântica, o Manual de Coleta Seletiva de Lixo como parte da campanha Jogue Limpo Cairuçu, que pretende mostrar que o problema da sujeira não acaba quando o caminhão do lixo vai embora. Até porque, entre as comunidades atendidas pelo projeto – Praia do Sono, Ilha do Araújo, Pouso do Cajaíba, Martim de Sá, Paraty-Mirim e Trindade – é só nas duas últimas que o caminhão consegue chegar.


De uma tiragem de 2 mil livretos, a metade será destinada às comunidades envolvidas no projeto e às 21 escolas municipais de ensino fundamental que as atendem. O material faz uso de uma linguagem bastante simples: ilustrações, diálogos, fotos do projeto, além de uma série de perguntas e respostas. O objetivo é ser de fácil entendimento para os moradores das comunidades, que, de um modo geral exibem um baixo nível de escolaridade.


Os coordenadores esperam diminuir, ou ao menos contribuir para o não-crescimento do lixão de Paraty. O que é reciclável (alumínio, papel, vidro e plástico) é vendido para os sucateiros, enquanto o material orgânico (reaproveitável) é utilizado como ração de animais ou adubo para as plantações dos próprios moradores. Dessa forma, a população garante um aumento na renda e a limpeza da área. Atualmente, das 600 toneladas de lixo produzidas por mês em Paraty, 10% são recicladas. Antes do Projeto, o índice era zero.


Hoje, a participação da comunidade é total. Os coordenadores contam com a colaboração de monitores locais devidamente capacitados para orientar e auxiliar na coleta do lixo. No entanto, Adriana Mattoso, Coordenadora Geral do Projeto Cairuçu, lembra das dificuldades encontradas:


- Falar de meio ambiente para quem não tem nem médico e nem escola, é complicado. Para eles, tudo é uma questão de sobrevivência. Só funciona quando a gente faz eles entenderem que se trata também de qualidade de vida para eles.


A publicação também está à venda, por R$ 10, na sede da Fundação. Para adquirir o manual, os interessados devem entrar em contato através do telefone (11) 3887-1195, ramal 51, com Cristiane Fontes, ou pelo correio eletrônico comunicacao@sosmatatlantica.org.br.

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