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Organizações do terceiro setor com a palavra

Autor original: Flavia Mattar

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

Dados do Relatório de Desenvolvimento Humano do Rio de Janeiro, capítulo Meio Ambiente e Sustentabilidade, foram analisados por organizações do terceiro setor como a Aprec Ecossistemas Costeiros e a Rede de Informação Ambiental.


"A exposição dos fatos não gera mudanças por si só, mas cria perplexidade e mobiliza imprensa, multiplicadores e formadores de opinião para a necessidade de se fazer alguma coisa. E isso sim, estimula a sociedade a agir, a cobrar respostas e atitudes de seus representantes e governantes e ainda estimula os cidadãos a se organizar melhor para lutar por seus direitos e até para executar soluções em nível comunitário, em parceria ou não com empresas e governos. E isso é transformador da realidade", avalia Vilmar Berna, coordenador da Rede de Informação Ambiental.


Segundo Sérgio de Matttos Fonseca, diretor da Aprec Ecossistemas Costeiros, os temas divulgados no relatório, apesar de não serem inéditos, não diminuem o documento. "Acredito que o relatório atualiza os dados e chama a atenção à escalada da degradação. Todas as informações abordadas são relevantes. Destaco o registro feito de que a questão do lixo e do esgoto não foram citadas como prioritárias como um indicador para programas de Educação Ambiental", diz.


Vilmar ressalta que, no caso da água, a sociedade está se movimentando para a criação de Comitês de Bacias e chama a atenção para a cobrança da água que já foi iniciada no Vale do Paraíba (R$ 0,02 centavos de real o metro cúbico).


"Acredito que será possível arrecadar em torno de R$ 14 milhões ao mês, o que poderá significar mudança significativa para a qualidade de vida neste campo, se houver mobilização e organização da sociedade para influir no destino dos recursos, com a ajuda dos Comitês". No caso do 'verde', Vilmar relata que o Rio deixou de ser o Campeão do Desmatamento da Mata Atlântica e isso é bastante positivo, não pelo ganho ambiental em si, mas pelo fato de que, para isso acontecer, houve antes uma mobilização e organização da sociedade cobrando mudanças e depois uma mobilização do governo para dar respostas à sociedade.


Como uma alternativa para a transformação do atual quadro da água e da vegetação do estado do Rio, Sérgio acredita que "a curto prazo seria fundamental a ação de fiscalização, punitiva - informativa. A médio e longo prazos seria importante, por exemplo, a introdução no ensino fundamental de todos os municípios de uma disciplina de Educação Ambiental".


Vilmar Berna ressalta como importante "uma maior participação da sociedade, de organizações do terceiro setor e uma maior compreensão de que os problemas não serão solucionados pelo Estado - que já atingiu seu apogeu e queda – e de que as soluções que esperamos dependerão do esforço de todos - Estado, terceiro setor e empresas. O tempo de empurrar problemas de um lado para o outro já acabou", conclui.

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