Autor original: Daniela Muzi
Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor
O tráfico de animais é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, perdendo só para o de drogas e de armas. A atividade movimenta US$ 15 bilhões por ano. Só o Brasil é responsável por US$ 1,5 bilhão - segundo recente levantamento de Eduardo Wernech, diretor da Associação Ecológica Ong Piratingaúna (Barra Mansa-RJ), filiada à Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). De 10 animais silvestres contrabandeados, nove morrem no ato da captura ou no transporte. Por esse motivo, 12 milhões de espécimes brasileiras desaparecem por ano.
Quando a Renctas concluir o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Animais Silvestres, esses dados numéricos estarão ainda mais completos. O documento apresentará informações dos estados, dos Batalhões da Polícia Florestal, do Ibama e da Polícia Federal. E, a partir de então, será possível precisar o número de animais traficados e quantos foram resgatados a tempo. "Todas as informações estão sendo sistematizadas em um banco de dados que irá gerar gráficos, estatísticas e projeções sobre o comércio ilegal de animais silvestres em cada estado, como nunca antes foi realizado no Brasil", completa Eduardo.
A Renctas foi desenvolvida em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e tem como missão unificar as ações da sociedade civil organizada e de órgãos de fiscalização nacionais e internacionais para combater ao tráfico de animais silvestres em território brasileiro. Além disso, é responsável por workshops de capacitação e qualificação de agentes, apoio e desenvolvimento de projetos. Por meio da Internet, viabiliza a difusão e articulação de campanhas entre as organizações-membros.
Só no ano passado, participou de 50 operações de resgate diretamente e indiretamente em todo país. Eduardo conta que as denúncias são a base para as apreensões. "A partir das denúncias os órgãos de repressão podem atuar em conjunto, seja a Polícia Federal, Instituto de Estudos Florestais (IEF), Ibama e Polícia Militar Florestal. Determinadas ações e locais podem oferecer riscos, mas, cabe a cada um de nós brasileiros combater o tráfico de animais silvestres que destrói a biodiversidade, um dos nossos maiores patrimônios".
A Renctas está aberta para a participação de qualquer pessoa ou organização. Para isso basta preencher e enviar a ficha de inscrição disponível no seu próprio site. Os interessados em fazer denúncias de tráfico de animais devem enviar uma mensagem para a organização (renctas@renctas.org.br) ou recorrer às Delegacias de Polícia, IEF ou o Batalhão da Polícia Militar mais próximo.
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