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Fórum Internacional do Software Livre 2001

Autor original: Felipe Frisch

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor






O pingüim está a toda. E não é por causa do inverno. De 29 a 31 de maio, Porto Alegre será novamente palco de debates que tocam a questão da igualdade e da liberdade. Dessa vez, com foco no acesso à informação. Estará acontecendo, no Salão de Atos da UFRGS, o 2º Fórum Internacional de Software Livre. O objetivo da edição deste ano é aprofundar a discussão e traçar políticas de apoio ao software sem copyright.


Além de reunir desenvolvedores independentes - os hackers, na utilização original do termo – o fórum colocará juntas entidades envolvidas no Projeto Software Livre RS, como o Procergs, e ainda apoiadores como a Unesco, a Free Software Foundation (FSF), líder mundial do movimento pelo software livre, e o Comitê de Incentivo à Produção de Software GNU e Alternativo (Cipsga).


Os organizadores destacam na programação a presença de Rasmus Lerdorf, criador da linguagem PHP para Internet; Keneth Avery Coar, criador do web server Apache; Timothy Ney, da FSF. Ele falará dos direitos e limitações estabelecidos pela licença GPL (General Public License) para utilização do sistema operacional GNU/Linux. Quem também estará em uma das mesas será o cantor Lobão, falando sobre o “Caos Criativo” em que se inserem Gnapster, Gnutela e programas similares. Para os coordenadores, o cantor é um “desenvolvedor independente”, assim como os programadores de software.


Paralelo ao Fórum estará acontecendo o Workshop sobre Software Livre, também na UFRGS, promovido pela Sociedade Brasileira de Computação. A proposta do workshop é oferecer à comunidade acadêmica um espaço para a divulgação de trabalhos e idéias relacionados ao tema, permitindo que a sociedade tome conhecimento sobre os rumos da pesquisa nesta área.


O Rio Grande do Sul é o primeiro estado brasileiro a promover o uso e o desenvolvimento de programas com código aberto, especialmente na esfera pública. Marcelo se orgulha do que está acontecendo no Banrisul, por exemplo, que está utilizando sistema operacional GNU/Linux em seus terminais eletrônicos e em seus mainframes.


O estado economizou, no ano passado, R$ 2 milhões em relação ao ano anterior, quando gastou R$ 18 milhões na aquisição de softwares proprietários. No entanto, o vice-presidente do Procergs, Marcelo Branco, garante que a discussão em torno do software livre não é apenas financeira, mas envolve principalmente a questão de liberdade de expressão:


- Não podemos confundir “software livre” com “software gratuito”. O Windows Media Player é gratuito, qualquer um pode baixar na Internet. Mas é um software com direito proprietário, que não pode ser alterado e serve à manutenção de um monopólio.


Marcelo explica um pouco da história:


- O movimento pelo software livre surge em resposta à apropriação indevida do código, que era aberto até 1980. Não existia patente de software. Até Bill Gates aparecer, não se fazia dinheiro com software. O programa de computador tem conhecimento acumulado da humanidade, do qual ninguém pode se apropriar. Imagine ter que pagar patente para usar a fórmula da Baskara, por exemplo.


A programação completa do Fórum está disponível no próprio site do evento, por onde também é possível fazer as inscrições. A taxa individual é de R$ 20. Pela página, os internautas poderão acompanhar a transmissão do encontro. A programação completa do Workshop sobre Software Livre está disponível na homepage.

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