Autor original: Flavia Mattar
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Todo o dia é dia de pensar em soluções que melhorem a qualidade ambiental em todo o planeta. Porém, existe uma data em especial em que profissionais e demais interessados se unem para refletir sobre qual o melhor caminho a ser percorrido. Nesse 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Brasil tem como principal motivo de alegria a maior conscientização - da sociedade em geral e da mídia - quanto à questão ecológica. Mas existe uma questão urgente, entre tantas outras faltas e falhas à espera de soluções, que precisa estar em foco: a necessidade de se investir em energias alternativas e solucionar a crise de abastecimento pela qual estamos passando.
Para amenizar a crise energética instalada no país o governo propôs medidas de racionamento. Quem não cumprir as regras do jogo poderá ser onerado com sobretarifas de até 200%, além de ser punido com o corte temporário de luz. Além disso, foi feito um orçamento de R$ 6 bilhões para a construção de termelétricas e hidrelétricas, entre outras iniciativas.
"O governo brasileiro, nos últimos seis, oito anos, não fez qualquer investimento significativo na produção e distribuição de energia. Além disso, a política do atual governo é de substituição da mão-de-obra operária, movida a feijão, por equipamentos modernos movidos a energia elétrica. Complementarmente, aumentou o acesso de uma parcela da população à utilização de eletro-eletrônicos, crescendo assim o consumo. Finalmente, Deus pode ser brasileiro, Fernando Henrique pode ser devoto de São Pedro, mas, definitivamente, não se pode contar com isso para garantir o abastecimento energético de 160 milhões de habitantes", coloca Alexandre Araújo, coordenador executivo da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).
Segundo Sérgio de Mattos Fonseca, diretor da Aprec Ecossistemas Costeiros, salvo os grandes impactos ambientais gerados na sua construção, as usinas hidrelétricas são uma fonte limpa de geração de energia, desde que não haja alteração do equilíbrio hídrico, como está acontecendo. "Quanto ao modelo termoelétrico que se anuncia, contribuirá em muito com o aumento do efeito estufa, uma vez que os projetos apontam para usinas movidas a diesel e até a carvão mineral importado. Acreditamos que deve haver uma igualdade nos recursos destinados para a construção de termoelétricas e para projetos de geração de energia limpa, o que não está ocorrendo", acredita.
"Há 40 anos iniciou-se a idéia das grandes construções, não só de hidroelétricas, como de estradas de rodagem e pontes, dando um impulso nas indústrias de base do país. A opção pela hidroeletricidade foi em função da grande disponibilidade de água. Foi uma decisão em uma época de regime militar, de ordem unida, em que eram realizados esforços para mascarar uma condição política de exceção, em que o povo pensaria apenas em um crescimento punjante. E não se admitia a idéia de gerar energia de outra forma, mais econômica, mais produtiva, mais renovável. Acredito que esta crise será nossa grande oportunidade de crescermos e darmos um salto de qualidade de vida, qualidade de energia, qualidade de investimento e crescimento", conclui Armando Gomes Filho, especialista em biomassa do Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio).
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