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Páginas de um projeto que envolve jovens, música e cidadania

Autor original: Marcos Lobo

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Já está em circulação a segunda edição da Cartilha do Grupo Cultural Afro Reggae. Com texto de Lorenzo Zanetti e prefácio de Iza Locatelli, a nova edição é uma mina de ouro para educadores interessados em conhecer de perto o projeto que, com apenas seis anos de existência, já mudou a vida de centenas de jovens de baixa renda, no Rio de Janeiro.


A segunda edição da cartilha contou com financiamento da Fundação Ford e já pode ser encontrada na sede do Grupo Cultural Afro Reggae. A primeira edição foi impressa há um ano e teve tiragem de 5 mil exemplares.


De acordo com Lorenzo Zanetti, autor da cartilha e coordenador de análise e assessoria a projetos do SAAP/FASE, a publicação é útil, pois revela as características específicas do projeto implementado em 1993 na comunidade de Vigário Geral.


"Procuro destacar as formas utilizadas pelo Afro Reggae para trabalhar a realidade local dos jovens e adolescentes", explica. Segundo ele, trabalhos como o desenvolvido pelo GCAR reforçam a idéia de que a prática muitas vezes é mais importante do que a própria teoria.


"O que fica claro nesse projeto é que não se educa fazendo grandes discursos, mas sim partindo para a vivência das coisas. O Afro Reggae não chama as pessoas para participarem de reuniões, mas para fazer coisas", destaca.


Como tudo começou


O GCAR surgiu em janeiro 1993 no formato de um pequeno jornal voltado para a cultura negra do Rio. Naquele mesmo ano, devido ao sucesso da publicação, o grupo decidiu transformar a iniciativa em uma ONG, ampliando o projeto para ações sócio-culturais envolvendo os jovens de comunidades carentes da cidade.


Naquele momento, além de informação, a proposta do GCAR passou a incluir também música, dança, canto e arte, o que demonstrou ser apenas o primeiro passo para o desenvolvimento de um programa bem mais extenso que, em poucos anos, começaria a oferecer alternativas reais de vida aos jovens nessas áreas.


Segundo Zanetti, os resultados desse trabalho não poderiam ser melhores. "Fico impressionado como muitos garotos passaram a valorizar os estudos, eles descobriram a importância da escola na vida", aponta, acrescentando que muitos têm procurado voltar a estudar.


Como ponto forte do projeto, o autor da cartilha do GCAR cita a autonomia oferecida aos jovens da comunidade. "O projeto acredita nos jovens e que eles não são menos capacitados do que outros jovens da mesma idade. O Afro Reggae usa a linguagem correta para fazer com que todos mostrem a sua capacidade", afirma.


No entanto, Zanetti revela que tudo o que é abordado na cartilha do GCAR não chega a ser uma grande novidade. "O que procuro destacar é que muita gente pensa que para colocar um projeto desses em prática é preciso muitos discursos", ressalta. "Elas se esquecem de que o que as pessoas precisam mesmo é de uma motivação inicial", completa.


Os interessados em adquirir um exemplar da cartilha do Grupo Cultural Afro Reggae devem entrar em contato pelos telefones (21)220-7804, 517-3305, 3684-9120 ou 3684-9118.

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