Franquias para vender um conceito

Autor original: Felipe Frisch

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

Outra novidade que marca os 10 anos do Greenpeace no país é o programa de franquias para o estabelecimento de lojas que, mais do que venderem produtos ecologicamente corretos, estarão vendendo um conceito: o de "produção limpa". Segundo a Diretora de Marketing do Greenpeace Brasil, Flávia Revkolevsky, a organização quer mostrar que "o mercado pode mudar. Existem alternativas para qualquer produto, e não custa tão caro".

A idéia surgiu em 97, depois da inauguração da loja Espaço Greenpeace em São Paulo e vem sendo pensada seriamente há um ano e meio. "Depois que apareceu nos jornais, a procura de pessoas querendo abrir filiais foi grande", Flávia lembra. A primeira franquia, idéia piloto, estará sendo inaugurada até setembro, em Salvador.

Flávia exibe com orgulho alguns produtos já licenciados pela organização, como camisetas com tingimento e processo de fixação naturais, papéis reciclados sem cloro além de alimentos orgânicos e CDs que não fazem uso de plástico, cloro ou materiais pesados. Para ser licenciado, o fabricante tem que ter os devidos certificados (que variam para cada tipo de matéria prima), que garantem que a produção fez uso de matéria prima natural, gastando pouca energia. Todos esse produtos já estão à venda na loja de São Paulo e pela loja virtual da instituição.

Além de vender os produtos naturais, as franquias deverão seguir um padrão de montagem que gaste pouca energia e faça uso de produtos naturais na estrutura, evitando uso de PVCs e outros possíveis poluentes químicos. Fora isso, para conseguirem a licença de franquia, deverão passar por um rigoroso processo de avaliação, que levará em conta as reais afinidades do novo empreendedor com a causa. A idéia é verificar e se a loja não será apenas "mais um negócio" do franqueado.

Flávia ressalta: "As lojas não serão filiais do Greenpeace. Vão divulgar a marca e as campanhas. Mas também não serão pontos de venda de calças e camisetas, mas de calças e camisetas produzidas dentro do ecologicamente correto".