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GIFE apresenta resultados de seu Censo

Autor original: Marcos Lobo

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

O trabalho voluntário está em alta no Brasil. É o que aponta o resultado do Censo GIFE, uma pesquisa feita pelo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), associação formada por instituições privadas doadoras de recursos para projetos sociais.


Dos 48 associados do GIFE que participaram da pesquisa, cerca de 54% afirmaram que utilizam trabalhadores voluntários para a realização de seus projetos na área social. Além disso, 53% das empresas informaram que os voluntários são seus próprios funcionários, enquanto 19,2% utilizam os parentes dos seus empregados.


Se depender do interesse das empresas ouvidas pelo GIFE, o trabalho voluntário tem tudo para ganhar espaços maiores no país. Quase 80% delas afirmam que utilizam regularmente a mão-de-obra voluntária em suas atividades.


O Censo GIFE foi realizado de abril a novembro do ano passado e seus resultados foram divulgados no último dia 22 de maio, em São Paulo. A pesquisa, que foi respondida por 48 dos 54 associados do GIFE, procurou traçar um panorama dos investimentos privados feitos em projetos sociais por todo o país.


Um dado divulgado pelo Censo e que chamou bastante atenção foi o valor das contribuições privadas para o social. Em 2000, esse montante chegou a R$ 593 milhões, o que representa um crescimento de 15,7% em relação a 1997.


Juventude é alvo

Engana-se quem pensa que os investimentos partiram apenas de recursos oriundos de incentivos fiscais. De acordo com a pesquisa, somente 4,6% da rede de associados do GIFE adotaram essa medida, o que demonstra uma mudança de mentalidade no meio empresarial.


A preocupação com as condições de vida da juventude brasileira de baixo poder aquisitivo também está evidente nos resultados do Censo. Ao serem questionadas sobre quem são os principais beneficiários dos programas sociais, as entidades responderam que 70,8% de suas ações destinam-se a jovens e adolescentes, enquanto 20,8% dos projetos trabalham exclusivamente para a população negra. O número de atividades voltadas para o atendimento aos portadores de necessidades especiais é pequeno: 6,3%.


O Terceiro Setor também foi tema da pesquisa: 47,9% possui das empresas possuem vínculos com redes e fóruns formados por organizações da sociedade civil.


Os números revelam ainda uma crescente preocupação com a educação no Brasil. Para 85,4% dos entrevistados, ela é prioridade nos projetos sociais, seguida por cultura e artes, com 56%. A saúde dos brasileiros e a consolidação do trabalho de entidades da própria sociedade civil preocupam 43,7% das instituições que responderam à pesquisa.


Distribuição geográfica


Devido à sua força econômica e concentração demográfica, o Sudeste ainda é a região que atrai a maior parte dos projetos sociais no país. Segundo dados do Censo GIFE, 43,7% dos associados informaram que concentram no Sudeste suas ações. O Nordeste, região tradicionalmente carente de políticas sociais, recebe 20,8% dos programas.


A explicação para os números é simples e aparece na própria pesquisa. Como a maioria dos associados da rede GIFE encontra-se instalada no Sudeste, essas empresas tendem a financiar projetos em suas cidades. Aproximadamente 60% delas disseram investir na vizinhança.


História


Os primeiros passos para o surgimento da GIFE foram dados ainda no final da década de 80. Na ocasião, foi realizado um encontro sobre filantropia formado por representantes de várias organizações de origem empresarial, entre elas as Fundações Bradesco, Kellogg, Ford, Iochpe, Odebrecht e Roberto Marinho, além dos institutos Alcoa e Itaú Cultural.


Seis anos se passaram e, em maio de 1995, foi realizada a Assembléia de Constituição do GIFE, contando com 25 organizações e um Código de Ética. De lá para cá, a instituição vem atuando na busca de soluções para combater a desigualdade social no Brasil. Daí o interesse do GIFE em apoiar o Terceiro Setor no desenvolvimento de projetos sociais por todo o país.

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