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Axé também tem escola

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

Ilê Ori


As crianças que participam do Axé têm que estar matriculadas na Escola Municipal Barbosa Romeo, a Escola Ilê Ori, que quer dizer “Casa do Conhecimento”. Através de uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Salvador, o Axé ganhou o direito de montar e gerir uma escola pública. Dos 1.057 alunos da escola, metade participam do Axé e a outra metade são da comunidade onde está inserida a escola. “Foi uma enorme conquista para nós enquanto ong, podermos administrar uma escola”, orgulha-se Ená que é também a diretora da escola, uma das suas maiores paixões.


As crianças e jovens atendidos pelo Axé tem ocupação quase o dia todo. O ônibus “Axebuzú” - uma unidade móvel criada em 1998 para dar suporte às atividades de educação de rua do Axé – pega as crianças que estavam desenvolvendo atividades recreativas na ruas para ir para escola às 12h, e leva as crianças que estavam na escola para fazerem recreação. Nesse troca-troca, os alunos do axé estão entretidos de manhã e à tarde.


A tônica do Axé é trabalhar arte e a cultura negra, que são muito presentes na Bahia. Como disse Ená “a arte está praticamente no sangue dos baianos”. Nessas atividades extra-escolares, adolescentes e crianças do Axé aprendem a tocar instrumentos, a dançar, a produzir peças de vestuários e de papel reciclado.


Adolescentes a partir dos 15 anos já podem ser aprendizes dos cursos profissionalizantes do Projeto Axé. Com a formação garantida, os jovens podem seguir para o mercado de trabalho, sendo que muitos são aproveitados e contratados pelo próprio Axé.

Auto-sustentabilidade


Umas das metas do Projeto Axé é alcançar a auto-sustentabilidade. Atualmente o projeto é em sua maior parte financiado pelo Governo do Estado da Bahia mas, graças as lojas da Modaxé, o projeto já tem arrecadado parte dos seus recursos.


Graças às oficinas de reciclagem de papel e de estamparia realizadas pelos participantes do projeto, foi criada a Modaxé. Produtos fabricados por funcionários (incluindo ex-aprendizes provenientes do núcleo de aprendizagem) são vendidos nas lojas da griffe. O dinheiro da venda dos artigos é reinvestido no próprio projeto.


O Axé promove desfiles com as coleções produzidas onde participam como modelos os seus educandos e aprendizes. São três as lojas da Modaxé em Salvador: Pelourinho, no Shopping Barra e no Shopping Aeroclube Plaza Show. As peças produzidas são inspiradas na cultura afro-brasileira.

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