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Tambores pela paz

Autor original: Marcos Lobo

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor






Uma sinfonia de tambores pelo mundo: esse foi o resultado das comemorações da Aliança por um Mundo Responsável, Plural e Solidário – uma entidade presente em mais de 120 países que utiliza a música para disseminar a paz entre os povos.


Entre os dias 21 e 24 de junho, cinco encontros mundiais foram realizados pela Aliança nas cidades de Dar Es Salaam, na Tanzânia; Bangalore, na Índia; Beirute, no Líbano; Peles, na Romênia; e Quito, no Equador. Ao longo desses dias, o grupo realizou diversas manifestações artísticas, que contaram com a participação da população local, e ainda possibilitou a troca de idéias para um mundo de paz e muita solidariedade.


"Queremos usar a música para sensibilizar as pessoas para a importância da paz", explica Maria Zulmira de Souza, jornalista e membro do Tambores pela Paz - entidade que, no Brasil, conta com apoio da Aliança, do Sesc-SP e da Imagens Educação. "Também utilizamos outras manifestações artísticas, todas buscando a paz, mas sem nenhum tipo de negociação política", completa.


Apesar de não ter sido escolhido para sediar um dos encontros mundiais, o Brasil não ficou de fora da programação da sinfonia da Aliança. Aqui, sob o comando do Tambores pela Paz, foram realizadas várias atividades artísticas, principalmente em São Paulo, local onde se concentra o núcleo do grupo.


Em todo o estado, mais de 12 cidades, representadas por 22 unidades do Sesc e escolas municipais e particulares de ensino, participaram das celebrações. De Itaquera a Pinheiros, de Ipiranga a Interlagos, nada ficou de fora do roteiro de atividades do Tambores pela Paz.


Na variada lista de apresentações aparecem oficinas de percussão, exposição de instrumentos musicais, workshop sobre a cultura popular brasileira, oficinas de construção de instrumentos e até uma apresentação de um grupo folclórico de congada, dança dramática ligada às festas de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.


A maior favela da capital paulista, Heliópolis, também esteve presente, com mais de 10 mil pessoas do grupo SOL da Paz tocando tambores.


Repercussão


Segundo Maria Zulmira, a repercussão das atividades chegou a surpreender os organizadores do evento. "O envolvimento das pessoas foi muito interessante. Elas estavam bem receptivas quando se deram conta de que também poderiam participar", disse, lembrando que um dos momentos mais emocionantes desses quatro dias de festa foi a apresentação do multiinstrumentista e compositor Maurício Tizumba, na Praça da Sé. "Foi emocionante ver moradores de rua participando do show, todos de mãos dadas, satisfeitos por estarem fazendo parte do espetáculo".


Outro fato marcante, segundo Zulmira, foi a participação de muitos jovens de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O grupo, formado por jovens da periferia - que têm um contato bem maior com a violência - se envolveu bastante nas atividades.


"A idéia de paz é diferente para cada pessoa, principalmente para essas que vivem realidades tão diversas. E a música pode fazer essa ligação, esse diálogo", afirma.


A cidade de São Paulo não foi o único palco das atividades do Tambores pela Paz no país. Foram registradas comemorações na Bahia, com o envolvimento de um grupo de meninos da escola do cantor Carlinhos Brown, no Rio Grande do Norte e em Brasília, onde uma bateria de 40 pessoas tocou na Praça dos Três Poderes. No Rio de Janeiro, cerca de 1.500 professores abriram seu encontro anual tocando tambores para celebrar a data.


Como participar


Com o objetivo de atrair cada vez mais colaboradores, o grupo abriu uma página de cadastramento na Internet. Acessando o site www.tamtamforpeace.org, os interessados podem ficar por dentro de todas as atividades do Tambores Pela Paz. A outra opção é ligar para (11) 3167-2575.


De acordo com a entidade, só será possível conhecer o número de novos adeptos do movimento no final deste mês. Antes das celebrações de junho, a página do grupo já registrava 6.500 pessoas cadastradas.


"Queremos realizar eventos permanentes, sempre voltados para a Paz. A participação de cada um é importante, porque representa ‘uma grande onda’ pela Paz no mundo", diz Maria Zulmira.

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