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Universidade Solidária divulga programas aprovados para o Módulo Regional 2001

Autor original: Marcos Lobo

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

O Universidade Solidária termina o primeiro semestre do ano repleto de novidades. A primeira delas é a divulgação dos projetos para o seu Módulo Regional 2001. A lista apresenta 82 programas selecionados a partir de um universo de mais de 250 propostas feitas por instituições de ensino superior de todo o país.


A outra novidade é a realização de um projeto inédito que levará, no próximo dia 22 de julho, 12 universitários a Moçambique, país africano de língua portuguesa afetado por mais de uma década de guerra civil. A experiência terá duração de 21 dias.


Lançado em 1996 - quando mobilizou cerca de mil estudantes, de mais de 50 universidades, a ajudarem municípios pobres e carentes de políticas sociais no Nordeste e Vale do Jequitinhonha (MG) -, o programa Universidade Solidária, popularmente conhecido como Unisol, busca levar o jovem universitário para conhecer, compreender e mudar a difícil realidade de muitas regiões do Brasil.


"O objetivo é sempre fazer um projeto educacional, e não assistencial", afirma a coordenadora técnica do Programa Universidade Solidária, Dyacy Moreira. "Queremos ensinar as comunidades "a pescar". Não vamos dar o "peixe já pronto"", completa, acrescentando que a idéia é também formar novos professores com forte responsabilidade social.


Módulo Regional


Incentivar e destacar municípios ou comunidades que tenham grande potencial de desenvolvimento sustentável em áreas próximas a instituições de ensino superior. Essa é a proposta do Módulo Regional, que este ano dispõe de mais de R$1,5 milhão em verbas para essas experiências.


"É uma tendência nova, o módulo existe há três anos e procura incentivar universidades a realizarem projetos sociais em seus Estados", explica Dyacy. Segundo ela, já estava na hora de chamar atenção para comunidades carentes que nem sempre estão localizadas no Nordeste - tradicionalmente, uma região com sérios problemas sociais e econômicos.


Este ano, mais de 250 projetos se inscreveram para o Módulo. Após uma minuciosa avaliação feita pelo comitê do Unisol - que contou com mais de 100 avaliadores - 82 programas foram selecionados. Cada um deles poderá receber até R$20 mil para que sejam implementados dentro de seis meses. A previsão da instituição é de que todos já estejam funcionando no início de agosto, embora a liberação dos recursos ainda dependa de uma aprovação do Ministério da Educação (MEC).


"Participamos apenas da seleção dos projetos. O MEC é que o responsável pela liberação do dinheiro", ressalta a coordenadora técnica do Unisol.


Segundo ela, para ser aprovado, o projeto deve respeitar o edital: compromisso com a geração de renda, emprego e criação de cooperativas nas comunidades são alguns dos ítens observados pelo comitê avaliador.


A lista completa contendo todos os projetos selecionados para a edição 2001 do Módulo Regional já está disponível na Internet.


História


Desde que foi criado, em 1996, o programa Universidade Solidária já contou com a participação de cerca de 8.600 universitários de todo o país, envolvendo 810 municípios, 160 instituições de ensino e 855 professores. No último ano, 225 equipes atuaram em diversas cidades brasileiras, o que representa um total de 2.460 estudantes universitários empenhados em conhecer e mudar uma realidade bem diferente daquela que estão acostumados a presenciar.


Transportados para as regiões mais remotas do país em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), os estudantes costumam ter um choque no primeiro contato com a população local.


"Eles ficam impressionados. O choque só não é maior porque eles assistem a vídeos e participam de palestras antes da viagem", explica a coordenadora técnica do Universidade Solidária, Dyacy Moreira. Segundo ela, os primeiros a chegarem na região são os professores, que elaboram um plano de trabalho sobre o que deve ser feito na área e, então, retornam para capacitar os alunos - o que exige, no mínimo, 40 horas de preparo.


Toda a hospedagem e o transporte dos estudantes pela região são fornecidos pela prefeitura local. Já o governo federal é o responsável pela alimentação dos participantes. Ainda é oferecida uma ajuda de custo de R$200 para os alunos e de R$400 para os professores.


De acordo com Dyacy, algumas faculdades chegam a fornecer créditos para aqueles que trocam as férias pelo trabalho voluntário nos rincões do Brasil. "Mas isso não é uma atitude adotada por todas as faculdades. Estamos lutando para que todas venham a oferecer créditos no futuro", diz.


Para a coordenadora técnica do Unisol, o maior benefício do programa é a possibilidade de conhecer uma outra realidade. "É importante sair do ambiente universitário e ver de perto a pobreza existente em outras regiões do país", defende. "Os estudantes passam a ter uma visão totalmente diferente de mundo e aprendem a ser solidários", completa.


Segundo ela, a grande expectativa da equipe do Universidade Solidária é ver o aluno se transformar em um profissional com maior responsabilidade social.

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