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ONGs contra a Aids

Autor original: Felipe Frisch

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

O Ministério da Saúde quer saber: quantas e quais organizações no Brasil trabalham com prevenção e combate à Aids. Na verdade, o assunto não interessa somente ao Ministério. É por isso que a Coordenação Nacional de DST/Aids está divulgando, e pedindo respostas até o final de agosto, para o questionário que resultará no Catálogo de Organizações da Sociedade Civil que trabalham com projetos relacionados à epidemia. Todas as associações, institutos e organizações não-governamentais que de alguma forma desenvolvem iniciativas sobre este tema podem se considerar chamados a responder.


A finalidade é montar uma base de dados real, bem diferente da que a Coordenação dispõe atualmente, elaborada em 1997 - quando foram contabilizadas apenas as 320 entidades conveniadas ao Ministério. Com o resultado do novo cadastramento, a Coordenação espera oferecer um panorama abrangente, para que mesmo as não-conveniadas tenham facilidade para conseguir apoio de outras agências, governamentais ou não, ou até mesmo de outros ministérios - já que muitas ongs trabalham com diferentes abordagens da questão.


“Existem ongs que trabalham com a Aids mais ligadas à questão de gênero, ou às crianças, por exemplo”, lembra Cristina Câmara, Consultora Técnica responsável pela Unidade de Articulação com a Sociedade Civil e de Direitos Humanos. Fora isso, Cristina lembra que muitas organizações não desenvolvem só o tema da Aids, mas devem constar do cadastro mesmo assim. Para Cristina, a ausência de uma referência completa nesta área tem uma explicação:


- Isso se dá até por conta da história da Aids e dessas organizações no Brasil. Elas surgiram como um movimento de resposta à doença e não se incluíam no debate de questões usuais da agenda da sociedade civil, como desenvolvimento local e meio ambiente. Ao mesmo tempo, muitas ongs que atuam desde os anos 70 abrangeram o tema.


Além das organizações catalogadas, serão beneficiados os pesquisadores e o próprio calendário do debate, pois será facilitado o contato entre as entidades que quiserem programar eventos para alimentar a discussão. Além das questões cadastrais, algumas perguntas servirão para traçar o quadro das organizações que tratam da epidemia no país, delineando sua prioridades temáticas, a população-alvo e há quanto tempo trabalham com DST/Aids, por exemplo.


Uma versão impressa do questionário foi enviada para 1173 endereços, entre organizações da sociedade civil conhecidas pelo ministério, parceiros governamentais e universidades - nesses dois últimos casos com a função de divulgar a proposta e estimular a rapidez no envio das respostas. No entanto, a Coordenação disponibilizou um formulário na Internet, que pode ser preenchido por todas as organizações que quiserem constar do documento - mesmo aquelas que já receberam a versão impressa..


O catálogo final estará disponível no site da Coordenação Nacional de DST/Aids, e será atualizado constantemente. A primeira versão impressa será lançada e distribuída durante o Congresso de Prevenção, que acontece em setembro, em Curitiba.

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