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Pesquisa traça perfil de organizações não-governamentais da área de educação

Autor original: Fausto Rêgo

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Setenta por cento das entidades sem fins lucrativos que desenvolvem projetos na área de educação no Brasil afirmam utilizar verbas governamentais como parte dos recursos para sobrevivência das instituições – em 41% delas, as verbas oficiais são a maior fonte de recursos. As doações de particulares vêm em segundo, com 16%. Cerca de 25% das ONGs estudadas têm uma receita anual de, no máximo, R$ 50 mil, o que significa uma média mensal de R$ 4 mil.


Estas informações constam de pesquisa inédita sobre o Perfil das Organizações Não-Governamentais com projetos na área de educação no país, realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O estudo faz parte do projeto Educação e Participação, da Fundação Itaú Social, em parceria com o Unicef. O trabalho contém dados de 472 ONGs que concorreram ao Prêmio Itaú-Unicef Educação e Participação 1999, na categoria ações complementares à escola – que são atividades de reforço escolar, esportes, arte, cultura e recreação desenvolvidas diretamente com crianças e jovens de baixa renda e que estimulem a freqüência e o sucesso na escola.


"A pesquisa busca ser fonte de informação sobre o que ocorre nacionalmente neste segmento tão carente de dados sobre sua própria estrutura, composição e funcionamento. Por meio do perfil, observamos quem são, como se mantêm, o que pretendem e quais as dificuldades destas organizações civis no país", afirma Isa Guará, coordenadora do Cenpec. "Vale ressaltar que esse estudo terá continuidade. A cada ano de Prêmio Itaú-Unicef, os concorrentes serão analisados", completa.


A pesquisa revela que apenas 14% dos projetos das organizações se destinam a jovens (de 16 a 18 anos), uma faixa carente de políticas públicas. Os outros públicos atendidos são crianças e adolescentes de 7 a 9 anos (29% das entidades), de 10 a 12 anos (30%) e 13 a 15 anos (27%). A pesquisa descobriu que a maioria dessas entidades (69%) foi fundada depois de 1981, o que confirma a tendência de maior participação da sociedade nas políticas e ações sociais do país a partir dessa década. Em 41% dos casos, os fundadores dessas instituições são pessoas da comunidade – de forte sensibilidade em relação a questões sociais. Entidades religiosas são responsáveis pelo surgimento de 30% das instituições e o poder público, por 8%. O restante são empresários e grupos profissionais.


Os programas apresentam multiplicidade de atividades e conteúdos: atividades artísticas (80% da entidades), reforço escolar (79%), atividades esportivas (61%) e iniciação profissional (45%). A pesquisa serviu de subsídio para a publicação de quatro produtos: um livro sobre o Prêmio Itaú-Unicef, outro sobre educação integral, um vídeo e um banco de dados sobre as instituições – que já pode ser acessado no site http://www.cenpec.org.br e, em breve, nos endereços http://www.itau.com.br e http://www.unicef.org.br.

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